Os principais destaques do empate na Luz entre o Benfica e o PSG
Já todos sabem dos problemas de Vlachodimos, um guarda-redes que tem algumas debilidades com bola e que é inseguro em cruzamentos. Mas também já todos sabem o quanto se eleva em jogos de grande dimensão. Na época passada, fez uma grande campanha na Liga dos Campeões e esta temporada parece ir pelo mesmo caminho. Praticamente não teve trabalho na primeira parte, porque aquela bola de Messi levava olhos e porque, tirando esse lance, só mais uma vez foi testado. Bem diferente foi o segundo tempo e Vlachodimos brilhou. Não arrisca, soca muitas vezes a bola, mas é bastante eficaz em remates de média/longa distância. Menos vistosas e mais difíceis foram as suas ações em lances bastante complicados, com Hakimi à cabeça, quer no remate cruzado, quer na pressão que provocou o erro de Otamendi, com Vlachodimos a ser rapidíssimo a sair para fechar o espaço do lateral parisiense.
Está visto que António Silva é jogador para grandes palcos. Em campo, ninguém diria que era o mais novo, tal a serenidade e assertividade que apresenta em todos os lances. Até pode ter um ou outro problema técnico, mas a coragem, a bravura e a confiança com que atua disfarçam o que ainda está por evoluir - e tem 18 anos, ora essa. Que excelente exibição do jovem central, praticamente sem erros. E uma coisa é o futebol português, outra é ter de apanhar por ali nomes como Mbappé, Neymar ou Messi.
Deliciemo-nos quando há a oportunidade de ver Lionel Messi a jogar, sobretudo quando isso acontece em Portugal. Mais uma exibição excelente do argentino, que fez um golaço e que se fartou de tentar criar para os seus colegas. Notou-se que algo não estaria bem quando deixou escapar algumas bolas na entrada para os últimos minutos (uma delas permitir-lhe-ia ficar na cara de Vlachodimos), o que pode ser explicado pelo facto de ter sido substituído pouco depois - algum problema físico. Para os adeptos de futebol, que não seja nada de especial. Para os jogadores do Benfica, que tal signifique uma semana de paragem...
Não foi a única e não foi apenas esse momento que o colocou nos destaques, mas a forma como tirou o golo a Neres é de guarda-redes de topo mundial, que o italiano efetivamente é. Impressionante como o fez daquela maneira. Depois, também muita atenção nos remates de Gonçalo Ramos, António Silva e ainda Rafa Silva, já na etapa final. Sim, não foi apenas Vlachodimos que esteve a grande altura, num jogo que, com um nível abaixo por parte dos guarda-redes, teria sido farto em golos.
Quase custava bastante caro, naquela bola no pé que foi intercetada por Hakimi, com Vlachodimos a salvar o Benfica. De resto, o argentino foi absolutamente imperial, cheio de entrega ao jogo e raça para abordar os lances. Esteve praticamente no mesmo nível de acerto de António Silva e ainda tem a experiência e matreirice para se afirmar com dureza perante adversários que sabe que, dando-lhes muito espaço, se tornam bastante difíceis de parar. Já tem o manual do futebol bem lido, por isso não vacila.
Tem sido assunto pela sucessão de jogos e viagens, que fazem com que se ressinta nos tempos mais recentes (Guimarães foi exemplo). E isso percebeu-se na segunda parte, onde as águias pagaram a fatura pela excelente prestação na primeira em termos de pressão na zona medular, muito à conta do argentino. Durante esses 45 minutos, foi claramente dos melhores e ainda teve contributo decisivo com o cruzamento para o golo, demonstrativo que não foi apenas na versão sem bola que se destacou.
Foi difícil nomear apenas um do meio-campo do PSG, pois Vitinha também esteve em excelente plano. Contudo, Verratti pareceu-nos mais completo neste jogo na Luz, pela nota elevada em todos os momentos do jogo. Quem ganha é Galtier, que dispõe de uma dupla de tremenda qualidade, catapultadora de todo o início de jogo ofensivo e, mais que tudo, tampão imediato para que a retaguarda não se apanhe em apuros quando a bola é perdida.
Há, em Mbappé, uma espécie de bloqueio mental, que não terá outra explicação que não a do verão muito agitado que o avançado viveu e que ainda não foi ultrapassado. Basicamente, Mbappé não é feliz, não sorri, não se diverte e, assim, adia a explosão que dele se espera. Foi mais um jogo em que, mesmo intrometido nos processos da equipa, pareceu sempre inibido, incapaz de fazer a diferença.
1-1 | ||
Lionel Messi 22' Danilo Pereira 41' (p.b.) |