A aventura de Carlos Carvalhal no Al Wahda está prestes a começar, com o treinador a viajar esta segunda-feira para os Emirados Árabes Unidos. Em conversa com os jornalistas antes de rumar ao Médio Oriente, o antigo técnico do SC Braga perspetivou o seu novo desafio e voltou a ´deixar no ar` a vontade de apenas estar um ano neste projeto.
Duração do desafio: «Levo mala para um ano. A escolha do Al Wahda teve a ver muito a ver com isso: um contrato com a duração de um ano. Era isso que nós queríamos. Tínhamos algumas situações na Europa igualmente equilibradas, mas envolviam contratos de três anos e nós não queríamos isso. Queremos fazer um bom trabalho no Al Wahda e depois esperar que lá ou noutro país, incluindo Portugal, olhem para nós e nos ofereçam uma oportunidade que nós achamos que merecemos. Fizemos uma época absolutamente fantástica no Rio Ave, e melhor de sempre do clube, e outras duas do melhor sempre do Braga, valorizando muitos jogadores. Praticámos um grande futebol, discutimos títulos e ganhámos alguns. Tínhamos a expectativa de dar um salto significativo, mas não aconteceu. Não estamos frustrados de forma alguma e acreditamos que podemos dar um ano de pausa, lá fora, a ver se reparam no nosso trabalho.
Interesse do clube: «O Al Wahda quis-nos muito e foi determinante ter-nos oferecido um ano de contrato. Fazendo um bom trabalho e conquistando títulos, tanto poderá surgir a possibilidade de continuarmos por lá dentro de um ano ou de regressar à Europa se nos picarem o olho. Foram assim as mudanças para o Rio Ave e para o Braga. Pegaram-nos pela mão e fomos em frente. Eu sei que atualmente os clubes estão muito entregues a investidores, às pessoas que metem dinheiro, e eu não estou dentro dessa mecânica. Tenho andado no futebol com as costas direitas, com paixão pelo jogo, e repararem em mim no Rio Ave, no Braga e agora no Al Wahda. Além desses clubes, surgiram muitas outras possibilidades nos últimos anos, tanto na Europa como na América do Sul, e acabámos por optar por este desafio. Espero agora que no futuro alguém nos vá buscar pelo braço, interessado em bom futebol, em valorizar jogos e em lutar por títulos.»
A contratação de Maracás: «Só tínhamos uma vaga para estrangeiros. Era necessário um defesa-central e optámos pelo Maracás. Gostamos desse jogador. Atendendo à nossa forma de jogar, precisávamos de um defesa que interpretasse bem a forma de jogar zonal e o Maracás estava habituado a esse estilo no Paços de Ferreira. De resto, já lá temos jogadores portugueses: o Fábio Martins, o Adrien, o Rúben Canedo. E temos alguns brasileiros e depois os jogadores locais. Já conheço a mentalidade deles e vamos treinar à noite com temperaturas de 33 e 34 graus. Não é uma situação nova para nós e estamos preparados para este desafio.»