Receita de leão: goleada da experiência com uma pitada de juventude

O Sporting goleou o Atyrau, do Cazaquistão, por 1-8, e segue para a Ronda de Elite da Champions League.

Os leões mandaram no jogo do princípio ao fim, e aos 4 minutos já ganhavam por 2-0. O terceiro, com a terceira assistência de Alex Merlim, surgiu aos 10', e a partir daí Nuno Dias aproveitou para dar minutos aos atletas geralmente menos utilizados, como Bernardo Paçó (que assumiu a baliza no segundo tempo, e marcou) e Tiago Macedo, o menino de 17 anos que teve uma estreia de sonho, ao apontar o 4º golo da partida.

Vitória incontestada dos leões, campeões europeus em título, que quererão fechar esta Ronda Principal com chave de ouro no próximo sábado.

Entrada de leão

Depois de, ontem, o Sporting ter demonstrado uma grande alma, hoje os campeões europeus em título mostraram a face de rolo compressor, que quem acompanha a Liga Placard bem conhece. A equipa portuguesa entrou com tudo, e aos 3' Alex "Mago" Merlim descobriu Cavinato, que abriu a contagem. Um minuto volvido, e novamente Merlim na assistência, desta feita para Zicky.

Estabelecida a liderança do jogo e do placard, o Atyrau começou a tentar reagir, com Erick Danilo e Éverton Silva a testarem a atenção de Guitta, sendo que o primeiro até enviou uma bola aos ferros à passagem do minuto 7. Os leões responderam com bola no poste da baliza contrária, por Pauleta, voltando a marcar aos 10'. Mais uma assistência na conta de Merlim, para golo de João Matos, numa jogada saída do catálogo das bolas paradas do Sporting. 

Os leões estavam imponentes, num jogo que teve a primeira falta só aos 14', e Nuno Dias foi rodando a equipa e dando minutos aos atletas geralmente menos utilizados, como é o caso de Tiago Macedo, jovem de 17 anos que esta época entrou nas contas do plantel sénior verde-e-branco. Isto, por si só, já seria notícia, mas o "miúdo" decidiu que se era para fazer história, era em grande, e, aos 18', recupera a bola sobre Deo, faz a ala direita toda, remata para defesa de Dalton, mas não desiste, e marca na recarga. 

O golo do benjamim colocou o marcador em 0-4, resultado com que as equipas recolheram aos balneários.

Deu para tudo

Na segunda parte Paçó, o Bernardo, assumiu a baliza, e o Sporting continuou balançado para o ataque. Os cazaques não queriam sair em branco, e procuravam o golo, que surgiu aos 24', de bola parada. Bem trabalhado pelo coletivo do Atyray, que viu Aleksandr Fukin rematar rasteiro para o golo - Paçó ainda tocou com a perna, mas não evitou. 

O golo sofrido em nada destabilizou a equipa portuguesa, que partiu em busca de mais. Aos 25', Waltinho assite Caio Ruiz para uma finalização ao ângulo, repondo a diferença de quatro golos no marcador. O Atyrau tentava responder, mas a melhor oportunidade dos minutos seguintes saiu dos pés de Sinésio para o poste. 

Aos 30', o Sporting abriu o livro das bolas paradas noutra página, e teve o mesmo resultado: golo. Desta feita, assistência do capitão João Matos para o bis de Cavinato. O Atyrau queria mais do jogo, e apostou no 5x4+GR, mas a estratégia saiu completamente ao contrário. Logo no minuto seguinte, Waltinho recupera a bola e faz o 7º dos leões, que viram Bernardo Paçó fechar as contas em 1-8, aos 33'. Pontapé de baliza a baliza e bola no fundo das redes cazaques. 

Até final, o Sporting ainda ficou tapado por faltas, mas foram os leões a estar mais próximos de dilatar que os cazaques de reduzir.

Reação de Nuno Dias, Treinador do Sporting:

«Deu para fazer um bom jogo. Fomos mais eficazes no início, gerimos o esforço e acabámos por fazer um jogo muito bem conseguido. Hoje, a nossa eficácia foi acabando com as esperanças [do adversário] e animicamente sentiam bastante cada vez que sofriam um golo. Nós fomos aproveitando isso e penso que o resultado acaba por espelhar esse desnível»

Reação de Deo, Jogador do Atyrau

«Sabíamos que ia ser difícil, jogámos contra a melhor equipa da Europa e isso ficou mais do que provado. Deixámos o resultado desequilibrar, mas por mérito do Sporting. Demos o nosso melhor, mas ainda temos uma oportunidade pequena. (...) Foi muito especial, porque quando saí não pude estar com eles devido à pandemia. Aqui, na Eslovénia, pude conversar e dar um abraço a todos eles, algo que era importante, porque foi criada uma família muito grande. Estou triste pela minha equipa, claro, mas feliz pelo Sporting, porque eu também sou Sportinguista e torço pelo sucesso da equipa»