Após o quase milagre de Vítor Oliveira no regresso ao convívio dos grandes e uma época de altos e baixos, o Gil Vicente prepara-se para disputar a terceira campanha consecutiva no principal escalão do futebol português. Ricardo Soares continua no comando técnico e, apesar das várias mudanças no plantel, os sinais são positivos para os Galos de Barcelos apresentarem mais uma equipa competitiva.
Algumas peças fundamentais plantel deixaram o clube, mas o Gil Vicente tem contratado com critério e há opções para serem trabalhadas ao longo da época, ainda que sejam esperados mais alguns reforços. Muitas das caras novas já têm experiência no campeonato luso e abrem perspetivas de adaptação rápida ao novo contexto.
Com a oportunidade de realizar uma pré-época, algo que facilita a Ricardo Soares colocar as suas ideias em prática, o Gil Vicente deu sinais fortes nos dois encontros realizados na Alllianz Cup. Peças que já estavam no plantel parecem com vontade de ganhar mais protagonismo, sendo a mudança de Fujimoto para o centro do terreno uma diferente dinâmica na equipa.
O irreverente nipónico começou a época a todo o gás e esta ocupação de terrenos mais centrais parecer estar a extrair o melhor das suas capacidades. O espanhol Fran Navarro - estava ligado contratualmente ao Valencia - também oferece mobilidade, com Samuel Lino e a dupla de reforços Bilel/Murilo a dar garantias de qualidade nos flancos atacantes.
Entre o 4x4x2 e o 4x2x3x1, intensidade e futebol de ataque têm sido características desta equipa. Pelo meio-campo passa muita da qualidade dos gilistas, com Pedrinho sempre participativo na construção e Vítor Carvalho em grande na ocupação de espaços no processo defensivo. O brasileiro tem mostrado capacidade para substituir Lucas Mineiro, peça fundamental da equipa na última temporada e que rumou a Braga. Jean Irmer e Matheus Bueno são contratações que também vão lutar pelas suas oportunidades.
O setor defensivo, nem sempre fiável na última época, aparece também de cara lavada nesta nova versão gilista. Hackman e Zé Carlos prometem uma luta bastante animado pela lateral direita, enquanto Lucas Cunha tem mostrado qualidade nos primeiros minutos com a nova camisola. Os experientes Rúben Fernandes e Talocha dão estabilidade, com Kritciuk a ser recrutado de forma inteligente para a baliza.
A manutenção, obviamente, é o objetivo principal do Gil Vicente para esta temporada, mas Ricardo Soares não esconde a ambição de tentar melhorar o 11º lugar do último campeonato, sempre com a intenção de valorizar o individual através de uma positiva ideia de jogo coletiva, imagem que o técnico tem construído na sua carreira.
Após curta passagem pela Letónia, regressou ao futebol luso pelas portas do Gil Vicente e rapidamente assumiu papel de destaque às ordens de Ricardo Soares.
Com muita qualidade de passe e inteligência na gestão dos momentos de jogo, continua a ser garantia de regularidade e competitividade, sendo peça fundamental no xadrez gilista.
A capacidade na marcação de bolas paradas também é uma das suas principais características. É um líder dentro e fora do campo.
Uma carreira construída com bases humildes e que está no seu ponto máximo até ao momento. Ricardo Soares tem dado passos sólidos ao longo do seu percurso e parece estabilizado aos 46 anos como um técnico de primeira liga.
No Moreirense teve oportunidade de valorizar vários jogadores e apresentar as suas qualidades. Após a saída inesperada dos cónegos, assumiu rapidamente um Gil Vicente em dificuldades, mas o objetivo manutenção acabou por ser conseguido
Talvez influenciado pelas suas raízes nortenhas, gosta de equipas intensas e agressivas na pressão. Parecem reunidas condições para um bom trabalho esta época.