O tudo ou nada com Portugal à espreita

Esta quarta-feira, 23 de junho, dá-se por terminada a fase de grupos deste Euro 2020, com o Grupo F, onde está inserido Portugal, a fechar as cortinas desta fase. Os campeões europeus vão estar focados no seu duelo com os campeões mundiais, mas ao mesmo tempo vai-se disputar um duelo entre a Alemanha e a Hungria, igualmente importante para as contas do grupo, de Portugal e de definir os melhores terceiros classificados.

Neste momento, praticamente tudo está em aberto no Grupo, sendo que a única certeza é que a França já sabe que, no pior dos caso, é uma das melhores terceiras classificadas, já tendo o seu lugar nos oitavos de final garantidos. No entanto, este duelo entre alemães e húngaros pode mudar tudo (ou até nada) quando chegar o apito final. A vitória é o principal objetivo das duas equipas.

Esperam-se poucas mudanças

Depois de perder frente à França (1x0) na jornada inaugural, a Alemanha «descarregou» a frustração da sua exibição menos conseguida (especialmente no ataque), sobre Portugal (2x4), mas Joachim Low manteve-se fiel aos mesmos 11 titulares nos dois encontros. Neste encontro, o selecionador alemão só não deverá fazer o hat-trick devido a algumas lesões.

Neste momento, as duas únicas baixas confirmadas devido a lesão são o central Lukas Klostermann - que ainda não jogou - e Thomas Muller, que abre, assim, uma vaga na equipa titular. O escolhido para essa vaga do avançado do Bayern Munchen deverá ser Leon Goretzka, que até já disse em conferência de imprensa estar preparado para jogar em posições mais adiantadas do que é costume (jogou a avançado no Bayern aquando da lesão de Lewandowski).

Hungria surpreendeu franceses ©Getty /

No lado húngaro, o selecionador Marco Rossi também tem pregado pela consistência na hora de escolher a sua equipa principal e fez apenas uma alteração desde a derrota por 0x3 com Portugal para o surpreendente empate com a França (1x1), pelo que não se esperam grandes mudanças, ainda para mais depois da fórmula ter resultado.

Contra os gauleses, Rossi optou por assumir uma linha de cinco defesas, ao contrário dos três centrais e dois alas contra Portugal, diminuindo o seu volume ofensivo para proteger mais a sua baliza e essa fórmula deve ser repetida, sendo que não se esperam mudanças em relação ao onze que defrontou a França. 

História e favoritismo é germânico, mas húngaros têm voz no assunto

À entrada para esta partida, o favoritismo parte claramente do lado dos germânicos, não só pelos seus argumentos superiores no que diz respeito à qualidade dos seus jogadores, como também pelo histórico de confrontos entre as duas seleções. Embora não seja tão desnivelado quanto se possa pensar, a vantagem ainda é dos alemães, que venceram 13 dos 33 jogos disputados com a Hungria, sendo que os húngaros venceram dez e houve empate nos restantes dez. No entanto, apenas quatro desses 33 jogos foram disputados neste século e aí a vantagem é claramente alemã (quatro vitórias e uma derrota).

Apesar da história e da fama atual estarem do lado alemão, a Hungria tem ainda uma palavra a dar, até porque à entrada para esta jornada decisiva tem praticamente tantas hipóteses de passar aos oitavos de final quanto França ou Portugal.

Para a Hungria as contas são simples: apenas a vitória interessa. Caso os húngaros vençam, garantem que, no mínimo, ficam à frente da Alemanha - que tem três pontos por esta altura - e qualificam-se, assim, para os oitavos de final, faltando apenas decidir em que posição, o que depende do jogo entre Portugal e França.

Já a Alemanha tem a vida ligeiramente mais facilitada, na teoria, uma vez que precisa apenas de um empate para se certificar que, no mínimo, passa como um dos melhores terceiros classificados. No entanto, um empate até pode chegar à Alemanha para passar em 2º lugar, caso Portugal perca com a França. A questão é que a Alemanha ainda pode passar em 1º lugar e para isso precisa "apenas" de vencer a Hungria e esperar que a França perca pontos contra Portugal. De qualquer forma, estes dois jogos terão influência direta para algumas seleções saberem se passam, ou não, como um dos melhores terceiros.