Está encontrado o jogo que ninguém queria: o primeiro nulo do Euro 2020. Em Sevilha, a Espanha não capitalizou no seu futebol dominante, nem foi capaz de ir além do 0x0 frente à Suécia. Sorri a Eslováquia, que se isola na liderança do Grupo E ao fim da primeira jornada.
Que estranho é, ver uma equipa espanhola que quase se evidencia mais sem bola do que com ela. É uma verdadeira fúria roja que detona em cima das tentativas de construção adversária, tal como já se tinha verificado no amigável frente a Portugal, e desta vez a vítima foi uma seleção sueca que raramente conseguiu ligar três passes consecutivos.
Donos da bola e com facilidade a recuperá-la rapidamente, o jogo tornou-se desde cedo um monólogo, com o castelhano a interromper todo e qualquer grunhido nórdico que surgisse de esguelha.
Bem falante, mas sem atingir nenhum ponto significante pois o golo não chegava. Olmo ameaçou primeiro, com um cabeceamento à queima-roupa que Olsen defendeu instintivamente, mas a grande chance será apenas recordada como um enorme falhanço de Álvaro Morata, que atirou ao lado depois de ter sido isolado por Jordi Alba.
A Espanha dominava o jogo, atingindo números absurdos a nível de posse de bola, mas novas oportunidades flagrantes tardaram em aparecer e Isak voltou a aproveitar tudo a que teve direito na sua única chegada à área espanhola. Driblou entre toda a defensiva Luis Enrique antes de servir Berg, que emulou Morata com uma finalização igualmente desesperante.
Os espanhóis entenderam o aviso e não voltaram a conceder nenhuma chance, mas também não converteram as suas. A bola passou o que restava do jogo a rondar a área sueca sem qualquer tipo de penetração, até aos minutos finais em que Olsen voltou a evidenciar-se, com um par de boas defesas que fecharam o primeiro jogo sem golos no Euro 2020.
Na ausência de Zlatan, a Suécia viu um jovem avançado dar conta do recado num palco enorme. Olsen foi o destaque do jogo, na baliza, mas o ponta de lança da Real Sociedad fez omeletes sem ovos e aproximou a Suécia do golo nas únicas duas vezes que teve a bola no terço atacante.
Esta Espanha parece ter tudo, menos o golo. Já contra Portugal, num amigável que antecedeu este Euro, a equipa de Luis Enrique assinalou uma bela exibição com e sem bola, mas mais uma vez ficou a faltar um finalizador para onde canalizar todo o futebol ofensivo.