*com Xavier Soares
Primeira classificada num grupo onde a Dinamarca também se conseguiu apurar para o Europeu, a Suíça chega ao Euro 2020 com expectativas e vontade redobradas para ultrapassar os oitavos-de-final atingidos em 2016 (caiu no desempate das grandes penalidades diante da seleção polaca).
Sem falhar uma grande competição desde o Euro 2012, a armada helvética tem na segurança de Sommer, na criatividade de Shaqiri, na irreverência de Xhaka e na pontaria do «português» Seferovic armas mais que suficientes para alimentar o sonho de um país que ambiciona chegar aos quartos-de-final de um Campeonato da Europa de seleções pela primeira vez na sua história.
Olhar para o onze suíço é compreender a fusão da frieza helvética com a polivalência de um verdadeiro canivete. Fiel ao seu tradicional 3x5x2, os suíços são uma equipa tendencialmente ofensiva, sobretudo quando o seu meio-campo tem espaço e tempo para brilhar. Nos pés de Shaqiri é onde mora o pêndulo de um verdadeiro relógio suíço que tem em Seferovic e em Embolo os ponteiros apontados à baliza adversária.
No que à defesa diz respeito, há que falar em dois nomes imprescindíveis para a solidez da turma helvética: Manuel Akaji e Yann Sommer. Seguro e eficaz, o central do Borussia Dortmund fez do tempo seu aliado para se afirmar como o patrão de uma defesa onde Elvedi e Ricardo Rodriguez raramente comprometem. Já o guarda-redes do M´gladbach afirmou-se como a última linha de segurança para as redes vermelhas, que estão entregues a um verdadeiro cofre suíço difícil de arrombar.
Contra um adversário teoricamente mais forte, la nati suisse recua no terreno e fecha-se num 4x4x2. Mbabu junta-se à defesa enquanto Zuber dá lugar no onze a Denis Zakaria ou a Fabian Schar. Uma equipa camaleónica que sabe como fazer do banco suíço o seu canivete.
É o jogador que mais tem marcado a história recente do seu país e não é só pelos 23 golos que tem apontados em 90 internacionalizações que se pode dizer que adquiriu o estatuto de estrela desta armada helvética. Desde que é internacional A, a Suíça apenas falhou a presença no Euro 2012, algo digno de registo já que, de lá para cá, sob a batuta do 23 suíço, seguiram-se quatro presenças consecutivas em grandes competições de seleções: Euro (2016 e 2020) e Mundial (2014 e 2018). Dotado de um pé esquerdo letal e de uma criatividade acima da média, é justo dizer que no jogador dos reds mora o motor, e o jogador mais diferenciado, do meio-campo de la nati suisse.
Orienta a Suíça desde 2015 e, desde que chegou ao banco helvético, não só nunca falhou uma qualificação para uma grande competição como nunca foi eliminado na fase de grupos. Revolucionou a forma de jogar da seleção, implementou o 3x5x2 e soube como potenciar a qualidade de Shaqiri em prol da equipa, adaptando-o a médio e fazendo-o aparecer em zonas mais centrais do terreno. Com o Euro 2020 à porta, o selecionador procura a primeira passagem aos quartos-de-final, algo que, a acontecer, será uma prova indiscutível da qualidade, cada vez mais evidente, da sua seleção.