Júlio Velázquez deixou o comando técnico do Vitória FC no início do presente mês, cargo que havia assumido em novembro do ano passado, ao cabo de 21 jogos e, em entrevista ao jornal A Bola, o espanhol explicou os motivos da saída, baseando-se no modus operandi da nova direção liderada por Paulo Gomes.
«Vou ser sincero: aquando da anterior direção e do tal convite para renovar depois de um mês de trabalho, considerei cedo, pois seria necessário avaliar o decurso de muitas coisas. Depois, mudou a liderança e, em diferentes ocasiões, também me falaram de renovar - é público, o presidente e o diretor desportivo disseram-no. E de um projeto», começou por dizer, antes de revelar que pensou orientar a equipa até ao final da época.
«Era o meu objetivo, mas achei melhor para mim e para o clube mudar-se já. Se queriam continuar a fazer o que estavam a fazer, achei melhor que o fizesse com outro treinador. Mas considerei a renovação porque fui feliz em Setúbal e no Vitória e teria gostado de renovar, mas tinha de haver ambição, condições, de acordo com a história, a proximidade, a presença, a importância e o número de adeptos. Uma semana antes de decidir sair, repare, enviei ao director desportivo as datas de pré-época com os possíveis jogos amigáveis. Ele poderá confirmá-lo. Estava com intenção de ficar. Mas tive de ser digno e respeitar o que penso, e não estava a concordar com a forma como esta direção estava a gerir o clube», finalizou.
Recorde-se que o presidente do Vitória FC, Paulo Gomes, chegou a revelar publicamente a intenção de renovar com o treinador de 38 anos, entretanto substituído por Lito Vidigal. No total, em 21 partidas com Velázquez ao leme, o conjunto de Setúbal somou quatro vitórias, sete empates e 10 derrotas.