Hat-trick consumado aos 38 minutos e uma assistência na segunda parte. Uma noite de sonho para Paulinho, que pela primeira vez no futebol profissional marcou três golos num só jogo. Exemplar nos penáltis, ainda roubou uma bola em zona defensiva do Paços para, depois, contornar Ricardo Ribeiro e encostar. Ainda assistiu Ricardo Horta mostrando grande visão de jogo. Está no topo da lista de melhores marcadores da Liga, em igualdade com Pizzi e Vinícius, e é sério candidato ao trono no final.
Ameaça constante a partir do flanco esquerdo, começando a mostrar-se logo aos onze minutos numa arrancada e remate para defesa de Ricardo Ribeiro. Finalizou de forma seguríssima para o 0x4 logo no arranque da segunda parte, chegando aos três jogos consecutivos a marcar pelo Braga. Além disso, esteve sempre envolvido nos momentos de melhor entendimento coletivo do ataque bracarense, como na etapa final do tempo passado em campo (saiu aos 79').
Surpreendente patrão do meio-campo na goleada ao Aves, repetiu a presença no onze para esta partida (mesmo com a entrada de Fransérgio) e voltou a justificar a aposta, exibindo o bom toque de bola e uma notável precisão no passe. O trabalho individual no golo de Galeno, já perto do fim, merece particular destaque, tendo sido ele o protagonista do lance. Cumpriu a totalidade do jogo.
Saltou para o campo aos 64 minutos, com o Paços a perder já por 0x4 e com a partida resolvida. Ainda assim, ajudou a atenuar o sofrimento com uma muito boa entrada na partida, conseguindo com todo o mérito o golo de honra, o segundo com a camisola amarela. Conduziu a bola pela esquerda, combinou bem com Oleg e Hélder Ferreira e fez um grande remate praticamente sem ângulo possível. Matheus ainda tocou, mas teve de a ir buscar ao fundo da baliza.
Surgiu num meio-campo que teve também André Horta e Palhinha e muitas vezes cabia ao brasileiro a função de se aproximar do ataque e fazer a ligação. Muito competente nessas funções, sendo por vezes uma espécie de segundo avançado a abrir caminhos para os colegas mais criativos. Tentou assistir Palhinha de cabeça no primeiro tempo e foi dele o ótimo passe para um Paulinho no limite do fora-de-jogo no lance do golo de Horta. A nível defensivo, foi responsável pela primeira fase de pressão, a condicionar as saídas de bola adversárias, cumprindo também.
Acabou por não assistir, mas parecia estar cheio de vontade de o fazer. Na primeira parte, foi do flanco que dele que surgiu grande parte do perigo, com uma série de cruzamentos venenosos, incluindo aquele que originou o primeiro penálti. Explorou bem o espaço concedido por Bruno Santos e colegas naquela zona. Já está bem menos amador, faltará demonstrar a mesma segurança num jogo com outra exigência a nível defensivo.
Um verdadeiro Tanque. Chegava a este jogo vindo de uma belíssima série a nível de golos, a exibir o prémio de avançado do mês, e mesmo não marcando desta vez foi durante muito tempo a única fonte de problemas para o Braga. Tentou de forma acrobática duas vezes, numa delas chegou a ameaçar o golo. Perto do intervalo, fez uma grande arrancada cheia de personalidade e um remate para Matheus. Com mais apoio, provavelmente não teria saído do jogo (aos 55 minutos) em branco.
Podia estar aqui Bruno Santos, que não acrescentou muito nos vários momentos do jogo (ao contrário de Oleg, empenhado lá na frente), mas o moldavo fica diretamente ligado ao resultado. Íamos ainda no fim do primeiro minuto de jogo quando abalroou Paulinho pelas costas, provocando um penálti logo a abrir e vendo o primeiro de muitos amarelos da equipa pacense. Foi o começo de uma noite má do Paços. No ataque perdeu uma série de bolas, ainda que tenha tido um ou outro bom momento de envolvimento, como no golo de honra de Uilton.
Não lhe falta experiência, não lhe faltam bons jogos no primeiro escalão, mas acabou por ficar ligado a vários golos do Braga nesta partida. O penálti que origina com um toque com o braço é no mínimo discutível, e portanto não é tanto disso que falamos, mas de outros lances. No terceiro golo de Paulinho, decidiu mal sob pressão e fez um passe em zona proibida a queimar Pedrinho, que acabou por perder a bola (não seria bem melhor aliviar?); também andou aos papéis no golo de Ricardo Horta, tentando cobrir várias zonas e não resolvendo em nenhuma.
1-5 | ||
Uilton Silva 78' | Paulinho 3' (g.p.) 34' (g.p.) 38' Ricardo Horta 47' Wenderson Galeno 89' |