Pote, como é apelidado Pedro Gonçalves, tem sido uma das grandes surpresas da presente edição da Liga NOS. Hoje, com o equilíbrio defensivo que, a par com Racic, ofereceu ao Fama, com o critério na saída e com um golo decisivo, provou o porquê. O golo surgiu depois de uma excelente arrancada e foi o coroar de uma bela exibição.
Há muitos avançados que, diz-se, costumam estar no sítio certo. Ora, dificilmente há um lance melhor para definir esse tal local do que o primeiro golo da partida. Fábio Martins aproveitou a oferta de Marchesín, mas foi igualmente importante ao oferecer irreverência e criatividade ao Fama, num jogo em que a sua equipa foi mais cautelosa do que o habitual.
A lateral ou a extremo, é raro o jogo do FC Porto em que Corona não é um dos destaques e hoje voltou a sê-lo. Primeiro através de passes longos teleguiados que deram origem a lances de perigo, depois através da habitual profundidade que oferece ao flanco e, finalmente, com um belo trabalho individual que resultou no golo do empate.
Quem tem acompanhado este campeonato, já se habituou aos voos de Rafael Defendi. Diante do FC Porto, o guardião brasileiro voltou a destacar-se e conseguiu segurar o nulo no marcador enquanto lhe foi possível, com várias intervenções de bom nível. Esteve também sempre muito atento às bolas em profundidade do FC Porto e seguro nas saídas às bolas paradas.
Forçado a retirar um dos médios para atacar, Conceição optou por Danilo e não foi por acaso. Sérgio Oliveira oferece mais ofensivamente - como foi exemplo o lance do empate - e foi um dos elementos portista a merecer nota positiva. Bastante assertivo ao nível do passe, o médio registou ainda sete passes decisivos, com nota de destaque para as várias bolas paradas que só não resultaram em golo por falta de inspiração dos seus companheiros na hora de finalizar.
O jogo foi de regresso à competição para o FC Porto, mas nem todos pareceram regressar. O caso mais evidente foi o de Marchesín que, depois de uma primeira parte tranquila, numa das primeiras vezes que foi chamado a intervir - entenda-se teve a bola na sua posse -, ofereceu o golo a Fábio Martins. Um erro decisivo, que custou caro à sua equipa, sendo que deixou ainda a desejar no lance do segundo golo, parecendo estar mal posicionado.
Tiquinho Soares vive, muitas vezes, mais do seu instinto matador do que daquilo que oferece ao coletivo. Só que hoje não só não ofereceu quase nada ao coletivo, como também não teve instinto matador quando mais era preciso. Passou ao lado da partida e logo num jogo em que os golos faziam muita falta!
Ganhou em profundidade como tão bem faz, até mais do que uma vez, mas, na única em que se conseguiu enquadrar com a baliza, permitiu a defesa quando só tinha Defendi pela frente. Foram mais as perdas de bola (8) do que as ações positivas, em mais uma exibição aquém da expetativa.
O lance em que o Famalicão fica a reclamar grande penalidade (não quer dizer que o seja, embora o lance seja duvidoso) é o espelho de uma exibição insegura daquele que devia ser o patrão da defensiva portista. Mesmo nos duelos esteve muito abaixo do nível a que nos habituou noutros tempos.
Só um jogador do Famalicão teve direito a um menos na caderneta e esse elemento foi Alex Centelles. O lateral espanhol foi massacrado com bola a explorar as suas costas e o espaço entre si e o central mais próximo e revelou-se desastrado defensivamente. O golo de Corona é outro exemplo do que de mal fez, sendo que também se revelou contido no momento de atacar.
2-1 | ||
Fábio Martins 48' Pedro Gonçalves 78' | Jesús Corona 74' |