Será que deu para limpar as ideias?

Quase três meses depois, aqui estamos. Estão de volta os grandes golos (veja-se o de Portimão), estão de volta as grandes surpresas (veja-se o jogo em Famalicão), está de volta a bola com tudo o que ela carrega. Se o primeiro dia teve dose dupla, o segundo tem dose tripla e, a fechar, há batalha grande no Castelo.

Habituado ao apoio feroz e incondicional dos adeptos, o Vitória SC não terá nada disso no D. Afonso Henriques, um dos locais deste país em que o 12º jogador mais se sente em campo. Continuará a ter, isso sim, um plantel com muitas soluções, que nem sempre conseguiu transformar jogos com superioridade em vitórias, mas que antes da paragem vinha de uma das melhores séries neste campeonato: três vitórias seguidas, a última das quais em Paços de Ferreira. 

Rúben Amorim vai fazer o segundo jogo como treinador do Sporting ©Sporting CP

As ambições europeias dos vitorianos são legítimas, embora difíceis de concretizar. Com o Sporting dois lugares e cinco pontos acima, a equipa de Guimarães sabe bem que este é daqueles jogos em que ganhar faria mil maravilhas, tanto a nível de pontuação como de ponto de partida para este peculiar fecho de campeonato.

É na defesa que surgem as dores de cabeça para Ivo Vieira. Sacko vai cumprir castigo, pelo que Victor García deverá ter de avançar para o lugar direito, enquanto Pedro Henrique deverá mesmo falhar o encontro, deixando Bondarenko e Suliman na luta por um lugar ao lado de Venâncio. O ucraniano deverá ter mais rotinas do que o inglês, que é reforço recente e ainda não se estreou.

Para Rúben Amorim, a longa pausa na competição permitiu pelo menos solidificar ideias numa equipa há qual tinha acabado de chegar. A estreia do novo técnico valeu vitória, mas num jogo atípico em que o Aves jogou com nove a partir dos 20 minutos. Nada de extraordinário, portanto, e para arrancar o terceiro lugar ao SC Braga será preciso algo mais. 

Para os leões a grande baixa é no meio-campo, onde não estará o lesionado Wendel, um foco de alguma criatividade no difícil pós-Bruno Fernandes. Francisco Geraldes e Matheus Nunes são opções semelhantes na teoria, Doumbia traria características diferentes a um meio-campo que deve continuar a ter Battaglia. Também de fora está Luiz Phellype, mas o lugar era já de Sporar. Quanto à disposição tática, Rúben Amorim apostou num 3x4x3 na estreia e qualquer formato que não seja esse será uma surpresa.

O treinador dos leões defendeu que a equipa precisava de algum tempo para «limpar a cabeça». Será que esta paragem vai mostrar o melhor Sporting, ou pelo menos um melhor Sporting?