As medidas de prevenção face ao surto do novo coronavírus trouxeram a suspensão dos dois escalões máximos até 31 de Agosto. Dias depois da decisão ter sido tomada pela Federação Portuguesa de Voleibol, a possibilidade de término definitivo do Campeonato Honda é uma hipótese real.
A situação contratual de vários jogadores estrangeiros, agora dispensados, influencia a posição de vários clubes que defendem que a melhor decisão seria dar por terminada a prova a bem da verdade desportiva. Num clima imprevisível, onde a situação financeira começa a complicar-se, opiniões contrárias também surgem, contudo, a possibilidade de um fim imediato de temporada e sem campeão (desfecho tomado em algumas liga europeias) começa a ganhar força.
Num inquérito realizado pelo jornal O Jogo, a vasta maioria das equipas, excetuando o Benfica e o SC Espinho, deram uso à sua voz e afirmaram a posição que defendem relativamente à continuidade do campeonato e da atribuição do título de campeão:
Clube K, pela voz do seu Presidente, João Pimentel: «A questão primordial é a saúde. Só depois devemos pensar se terminamos já ou ainda vamos concluir o campeonato. Quanto a existir campeão, a Federação encontrará a melhor solução possível».
Posição oficial do Sporting Clube de Portugal: «Devemos esperar até ao limite por uma decisão. Queremos jogar e vencer dentro de campo mas, em primeiro lugar, deverá estar a salvaguarda da saúde pública».
Rui Gaspar, diretor do Fonte Bastardo: «Não concordamos com o começar da próxima época finalizando esta. Haverá a habitual circulação de jogadores entre clubes e não faz sentido. Face às circunstâncias, o título não devia ser atribuído».
Presidente interino do Castêlo da Maia, Luís Azevedo: «Os estrangeiros já foram para casa. O ideal será começar a pensar na próxima época. Terminando assim, penso que não faz sentido atribuir-se um título a quem de facto não foi campeão».
Posição de José Manuel Silva, Vice-Presidente do Famalicense: «O mais correto é o que vai acontecer, independentemente das consequências desportivas. Não é exequível esperar até setembro? Não se recomeçando, penso que ficaremos sem campeão».
VC Viana representado pelo seu Presidente, Paulo Alves: «Temos de aguardar até 31 de agosto, mas as transferências internacionais já caducaram nessa altura. Vemos com muita dificuldade o retomar do campeonato. Perderá todo o sentido».
Jorge Moreira, Presidente do Leixões: «Se calhar não ia haver verdade desportiva, havia clubes que ainda tinham algo a dizer. Se este fosse um campeonato corrido, teríamos de premiar o Benfica».
Posição dada por Marta Leão, diretora da Académica de São Mamede: «Preferia que a época fosse dada como terminada. Não faz sentido prolongar e segurar pessoas que podem tentar novos rumos. Não faz sentido pensar se deve haver campeão».
Guilherme Costa, Presidente do Esmoriz: «Preferíamos disputar a época até ao fim. Suspender a competição até 31 de agosto foi um pouco prematuro. Os campeonatos ganham-se dentro decampo, neste caso, no pavilhão».
CN Ginástica, pela voz do seu presidente, Manuel Madeira: «Acho que este campeonato todo devia ficar sem efeito e estou convencido que é o que vai acontecer. O título não devia ser atribuído e não haveria nem descidas nem subidas. O campeonato não terminou, é nulo».
Coordenadora do voleibol do Vitória SC, Filipa Azeredo: «Era mais fácil para todos se já tivesse sido dado como terminado. Mais valia cancelar tudo como estão a fazer em outros países. Devíamos ter um campeão».
Presidente do Caldas, Mário Pedro: «Sinceramente não há grandes alternativas e acabar já era preferível. Alguns jogadores já regressaram aos seus países de origem, logo torna-se impraticável discutir o campeonato após 31 de agosto. Podia acabar sem campeão ou dar-se o título ao campeão do ano anterior, algo que não era inédito».