É um jogador de fino recorte técnico e mostrou-o na Luz. Sempre que decidiu meter velocidade no jogo, o camisola 7 conseguiu criar desequilíbrio numa defesa encarnada que deixou a nu, talvez esta noite mais do que nunca, as suas limitações. Ora na direita, ora na esquerda, com vários movimentos para o interior, Taison puxou muito pela equipa ucraniana nos momentos mais difíceis e foi determinante para a passagem do Shakhtar à próxima fase da Liga Europa.
Não é propriamente um desconhecido para o comum adepto português, que certamente se lembra dele dos tempos de Olhanense, Estoril-Praia e SC Braga, e, oito anos depois de ter rumado para a Ucrânia, mostrou uma maturidade assinalável. Deu algum espaço na defesa, embora tenha mostrado bons argumentos nesse capítulo, mas destacou-se pela sua propensão ofensiva. Nota alta.
Mal a bola chega a Adel Taarabt percebe-se que é um jogador diferenciado. Num meio campo partilhado com Julian Weigl, que voltou a não convencer, o internacional marroquino foi dos poucos que empurrou a equipa para a frente, sempre com muito critério com bola e a oferecer soluções aos companheiros quando estava sem bola. É muito inteligente, mas não consegue resolver tudo sozinho.
Elemento mais recuado do meio-campo da turma de Luís Castro, Stepanenko teve a missão de organizar as operações da equipa ucraniana e tapar alguns buracos abertos pela dupla de centrais - Kryvtsov e Matviyenko. Comportou-se muito bem nas suas missões defensivas, impondo autoridade à sua volta, e ainda apareceu na área encarnada para marcar de cabeça.
Não há outro que marque e assista como ele no Benfica. Marcou o primeiro, num remate pleno de intenção, e assistiu para o segundo, já depois do Shakhtar ter feito a igualdade na Luz. Mostrou-se num jogo extremamente importante para as águias, algo que nem sempre acontece e sobre o qual é muitas vezes criticado, mas hoje nada a apontar. Deu aquilo que tinha enquanto esteve em campo. Mais era difícil.
O rótulo de 20 milhões e de ter vindo do Borussia Dortmund é pesado e faz com que que se olhe para Weigl com outro tipo de exigência, no sentido de se esperar sempre mais das suas ações em campo. Ainda assim, voltou a não conseguir mostrar qualidade, qualidade que tem, diga-se, não se percebendo muito bem o porquê de não ser destaque na equipa do Benfica. Foi driblado várias vezes, não conseguindo segurar o ímpeto ofensivo dos ucranianos.
... e não é de agora. De muitos elogios à forma como transporta a bola e constrói a partir de trás a erros, erros e mais erros. Ferro tem sido um dos elementos da linha defensiva do Benfica mais visado nos últimos jogos e, esta noite, deu razão a essas vozes mais críticas. Muito inseguro, não esteve nada bem em dois dos três golos do Shakhtar, em momentos que revelam muito daquilo que é o seu estado atual. Completamente displicente.
É o substituto natural de André Almeida, obrigado por isso a crescer à força face aos problemas físicos do experiente lateral, mas ainda precisa de mais calo. Teve muitas dificuldades, provocadas por Taison e Ismaily, muito bem entrosados no flanco esquerdo, e somou alguns erros que fizeram dano ao Benfica, nomeadamente no terceiro golo do Shakhtar, onde não teve capacidade para fazer oposição ao lateral-esquerdo da equipa ucraniana.
Se no segundo golo do Benfica não conseguiu ganhar no duelo aéreo a Rúben Dias, permitindo que o jovem central português cabeceasse sem grandes problemas na área ucraniana, no terceiro tem um erro completamente inexplicável, colocando a bola de forma defeituosa junto ao guarda-redes Pyatov. Dois erros que poderiam ter prejudicado sobremaneira o Shakhtar, não fossem os erros da defesa encarnada ainda mais gritantes.
À semelhança de (quase) todos os colegas de setor, Grimaldo teve um jogo difícil. Deixou-se antecipar no lance do primeiro golo, dando espaço a Dodô, e teve ainda uma má abordagem no terceiro, colocando a bola para a finalização de Alan Patrick. Teve Rafa à sua frente e isso também é sinal de que não teve tanta ajuda defensiva como aquela que Cervi oferece quando está em campo. Qualidade a atacar, mas muitos problemas a defender.
3-3 | ||
Pizzi 9' Rúben Dias 12' (p.b.) 36' Rafa Silva 47' | Taras Stepanenko 49' Alan Patrick 71' |