O FC Porto queria dormir na liderança da Liga NOS e vai fazê-lo. Ainda assim, certamente que os adeptos, jogadores e certamente Sérgio Conceição queriam fazer um sono mais tranquilo na receção ao Portimonense, um dos últimos do nosso campeonato.
Foi, portanto, uma inspiração máxima de Alex Telles que valeu uma vitória pela margem mínima numa noite de pouca inspiração coletiva Uma coisa é certa, estas vitórias costumam valer mais de três pontos para quem as consegue.
Sérgio Conceição apenas mexeu em uma peça em relação ao jogo da Liga Europa e voltou à normalidade, com Corona a lateral e com Otávio a falso médio direito. Já Paulo Sérgio mexeu em algumas peças, apostou em defender com cinco, mas certamente não contava com a falta de acerto do seu ponta de lança, Jackson Martínez.
O certo é que essa «impaciência» só por uma vez trouxe perigo e foi quando Henrique falhou um corte e permitiu a Corona um remate perigoso e em esforço. Fora isso, via-se um Portimonense a defender quase sempre numa linha de cinco, mas via-se um FC Porto incapaz de explorar o muito espaço que existia entre o meio-campo e a defesa algarvia.
Foi já dentro dos últimos 10/15 minutos que se viu os portistas a explorar exatamente o espaço que falei em cima. Primeiro por Corona, que tabelou com Otávio, ganhou a linha e cruzou rasteiro para Soares atirar por cima, e depois quando Sérgio Oliveira rasgou um passe em Díaz, com este a cruzar para o mesmo Soares cabecear à figura. Tudo isto aconteceu antes dos momentos negativos de Jackson Martínez que, para além de falhar um golo fácil de cabeça, ainda atirou para as nuvens uma grande penalidade.
As oportunidades apareciam aqui ou ali, com a principal a ser de Díaz, que falhou um golo de forma impressionante. Por seu lado, o Portimonense ia desaparecendo do jogo e só quando os erros portistas permitiam é que a equipa de Paulo Sérgio ia para a frente.
E quando já se via os jogadores do FC Porto a tentar fintar tudo e todos, já se ouviam os adeptos a assobiar a cada passe para trás ou mais à queima apareceu o momento Alex Telles. O internacional brasileiro quase literalmente fuzilou a baliza do Portimonense e, apesar de ter sido à bomba de fora da área, serviu como calmante para uma noite que os azuis e brancos querem passar calmamente na liderança, pressionando o Benfica que vai jogar em Barcelos esta segunda-feira.
Não foi certamente o jogo calmo e a vitória tranquila que muito previam, mas foi uma daquelas vitórias que enche o peito. Alex Telles foi remédio santo para uma equipa que não foi brilhante, mas que deu tudo o que o físico permitiu.
Não está aqui pelo penálti falhado, até porque Jackson já quando estava no FC Porto era conhecido por não ser brilhante da marca dos 11 metros. Está aqui por ser uma pena ver o estado deste avançado, um dos grandes que jogou em Portugal. As lesões «mataram-lhe» o jogo e fica uma tristeza quando isto acontece. Merecia bem mais para a reta final de carreira do que jogar com dores.
Com a possibilidade de atingir a liderança isolada, foi estranho ver o FC Porto com tantos nervos no jogo. Demasiados erros, pontapés para a frente e passes falhados que quase custavam uma vitória em casa contra o penúltimo. Valeu Alex Telles.