A seleção portuguesa de sub-21 foi à Noruega subir ao segundo lugar do grupo 7 de qualificação para o Europeu, graças a um suado triunfo por 2x3 construído com golos de Fábio Vieira (o melhor em campo), Jota e Florentino Luís.
Portugal entrou em grande, marcou dois nos primeiros 20 minutos, mas a tarefa tornou-se mais difícil a partir dos 29', face à expulsão de Diogo Queirós.
Defender tornou-se uma tarefa bem mais exigente e apesar de ter conseguido chegar aos 0x3 a seleção lusa sofreu dois golos perto do fim e teve de sofrer muito para segurar os três pontos.
Por sprint entenda-se o arranque fulgurante de Portugal na partida em Drammen, que fez com que tudo parecesse mais fácil do que acabaria por ser. A jogar em 4x3x3 (como é hábito), com Fábio Vieira como novidade no lado direito do ataque e a fazer companhia a Jota e Rafael Leão, o trabalho ofensivo foi produtivo e eficaz desde muito cedo.
Bastaram dois minutos, aliás, para a vitória se tornar provável. Fábio Vieira foi do flanco para a grande área, recebeu com o peito um cruzamento atrasado de Jota e atirou de pé esquerdo para um grande golo inaugural.
Em vantagem mais cedo do que o esperado, Portugal ficou uma equipa tranquila, com progressão serena no terreno, em total controlo das operações. As coisas saíam com naturalidade, dava para Thierry Correia ver um cruzamento largo quase dar em golo e para Fábio Vieira tentar o segundo num remate que não saiu tão bem como o anterior.
Com 20 minutos, o mesmo Fábio Vieira - que belo jogo do número 23 - entregou a Rafael Leão um passe longo e a bola foi depois para Jota, que em zona de finalização atirou à ponta-de-lança para ampliar a vantagem. Leão, pouco depois, não ampliou mais ainda porque não calhou.
Corria às mil maravilhas, tudo parecia fácil, mas aos 29' a tarefa tornou-se bem mais exigente para os portugueses, que passaram a ser dez. Depois de um primeiro amarelo questionável, Diogo Queirós entrou de forma dura sobre um adversário e foi mais cedo para o balneário.
A partir desse momento, ainda muito cedo na partida, o jogo mudou. A tática portuguesa foi a primeira a mudar, como esperado: Leão, a referência do centro de ataque, foi sacrificado para Tiago Djaló equilibrar a defesa. A Noruega viu a oportunidade para ter mais bola e agarrou-a. Passou a haver bem mais fluidez na tática dos nórdicos, ainda que não se aproximassem de Diogo Costa, não fazendo muito mais do que bolas altas para a grande área lusa no momento de tentar fazer da posse de bola algo mais. A manobra defensiva portuguesa merecia elogios.
Para lá do intervalo, a Noruega continuou a tentar aproveitar a vantagem numérica, mas não tinha o conforto com bola que Portugal conseguia ter, apesar do contexto (além de estar com menos um, jogava num sintético e com temperatura muito baixa). Trincão entrou para o lugar de Jota e foi dele a primeira grande ameaça do segundo tempo, com um remate que o guardião defendeu para a barra.
A equipa de Rui Jorge percebia que mesmo com dez tinha argumentos para não abdicar da circulação e ia melhorando, com os laterais Thierry Correia e Tomás Tavares muito envolvidos nos ataques. A apostar em bolas altas, a Noruega ainda ficou perto de reduzir aos 76', mas Portugal ia resistindo e chegou aos 0x3 por Florentino Luís, que desviou de cabeça um cruzamento exímio vindo do pé esquerdo de Fábio Vieira.
Parecia resolvido, mas ainda houve muito (mesmo muito) sofrimento: a Noruega marcou dois golos nos últimos dez minutos, um deles de penálti, e até se aproximou do empate... que, para fortuna portuguesa, não chegou. O objetivo foi cumprido, o segundo lugar agarrado e o próximo jogo é só em março.
2-3 | ||
Kristian Thorstvedt 83' (g.p.) Lars Larsen 90' | Fábio Vieira 2' Jota 20' Florentino Luís 78' |
Foram bem necessárias. Portugal jogou mais de uma hora com menos um elemento e precisou de uma equipa coesa, solidária e combativa. Ainda que tenha sofrido dois golos perto do fim, a equipa de Rui Jorge soube sê-lo. Em termos ofensivos, o grande destaque foi o pé esquerdo de Fábio Vieira, envolvido em todos os golos.
Diogo Queirós foi expulso no fim da primeira meia hora, quando Portugal vencia por dois golos, e o jogo tornou-se muito mais difícil (ver quadro ao lado). Se o primeiro amarelo é questionável, aquele pisão no segundo era desnecessário. Pedia-se mais serenidade ao capitão.