Depois da tempestade, a bonança: Em Itália nunca se tinha visto uma qualificação assim

A queda foi grande e mediática, mas o reerguer da Squadra Azzurra dificilmente podia ter sido mais claro. Os números dão-lhe mesmo uma palavra: histórico.

Antes de analisarmos os números do playmaker do zerozero, voltemos atrás na história. Não aos anos de ouro da seleção italiana, que no currículo conta com quatro Mundiais e um Europeu, mas até 13 de novembro de 2017, o dia em que Itália caiu. Depois de perderem (1x0) na Suécia, os italianos empataram (0x0) em Milão e nem o play-off serviu para chegar ao Mundial. 60 anos depois, a Squadra Azzurra ficava de fora da maior prova de seleções.

O choque foi tremendo e fez cair várias peças, algumas históricas. Buffon foi o primeiro a sair, Barzagli e De Rossi seguiram os passos do guarda-redes. O impacto deixou ainda mais marcas. Gian Piero Ventura deixou de ser o treinador da seleção italiana e pouco depois foi o presidente da federação, Carlo Tavecchio, a apresentar a demissão. Estava na hora da mudança.

Os italianos passaram o verão de 2018 a ver o Mundial pelo sofá, algo que não acontecia desde 1958, mas com isso aclararam as ideias. Antes, a 14 de maio, Mancini era oficializado como novo selecionador italiano.

Depois da tragédia, Itália passou por uma autêntica revolução. A Liga das Nações ajudou Mancini a preparar o grupo para a qualificação para o Europeu de 2020. O falhanço anterior não podia ter seguimento e foi com esse pensamento que Itália abordou as competições seguintes.

Para a Liga das Nações, onde encontrou Portugal, Mancini convocou um total de 43 jogadores, embora nem todos tivessem sido utilizados, mas na qualificação também foi observando várias soluções - utilizou 40 jogadores, 27 fizeram mais de 90 minutos.

Os resultados da mudança e de todo o trabalho estão à vista. O objetivo principal, a qualificação para o Euro 2020, está assegurado e o trajeto foi claramente positivo. Itália fez um pleno - 10 jogos, 10 vitórias - pela primeira vez na história e apresentou o melhor registo de golos de sempre, com 37 golos apontados no grupo J. 

Poderão os italianos regressar ao topo do futebol no próximo Europeu? Já há quem os considere favoritos.