O FC Porto não deu azo a surpresas no duelo com o Coimbrões e, muito graças a um arranque fulgurante com três golos até aos 12 minutos, passeou até à 4ª eliminatória da Taça de Portugal, marcando mais dois na segunda parte e chegando à mão cheia de golos. Luis Díaz (bis), Soares, Mbemba e Fábio Silva trouxeram a chuva de golos a Pedroso depois de a chuva que caiu durante a tarde ter cessado.
Sérgio Conceição promoveu uma revolução no onze inicial, mas não abdicou de ter alguns jogadores já com considerável experiência na equipa principal, como Luis Díaz, Otávio ou Soares. Leite envergou a braçadeira de capitão, Saravia teve oportunidade para deixar uma melhor imagem, Loum somou os primeiros minutos na época e Fábio Silva teve direito a uma titularidade que valeria a estreia a marcar.
Pedro Alves não quis levar autocarros para o relvado da casa habitual do FC Porto B, teve dois pontas-de-lança e dois homens de ala, mas a tentativa de jogar o jogo pelo jogo viria a cair por terra muito cedo, ainda no primeiro quarto de hora. Os dragões foram competitivos ao máximo desde o arranque, uma postura que não só enobrece os portistas como o adversário. A avalanche ofensiva trouxe as recompensas esperadas.
Com meros seis minutos, sendo que antes disso já tinha havido ocasiões portistas, houve desvio de cabeça de Soares para Luis Díaz aparecer a partir da esquerda e fuzilar a baliza pela primeira vez. Dois minutos depois, inversão de papéis: Díaz entregou, Soares matou. Matou o jogo, no fundo, quando ainda nem dez minutos tinham sido jogados. O FC Porto era esmagador, Otávio levava o jogo para a frente sempre que possível, os laterais faziam o mesmo, com Saravia particularmente envolvido no processo. Loum limpava as bolas perdidas, Bruno Costa chegava-se à frente para bater bolas paradas e criava algum perigo dessa forma.
Diogo Costa era um espectador, como foi durante toda a primeira parte, e via o jogo de muito longe, da baliza oposta àquela em que tudo acontecia. Viu de longe o canto que valeu o terceiro golo, com Mbemba a desviar. De perto, via pouco mais do que um cruzamento que a defesa portista limpou sem dificuldades. E se nesta altura já eram três, podiam ter sido muitos mais até ao intervalo. Valeu uma intervenção preciosa de Diogo Portela numa iniciativa de Manafá, valeu o poste que negou o bis a Luis Díaz, que viria mesmo a consegui-lo.
Como esperado, a segunda parte serviria, entre outras coisas, para Sérgio Conceição dar ritmo de jogo a quem dele precisa(va), como Romário Baró, Sérgio Oliveira e Aboubakar, que foram entrando à vez ao longo desses segundos 45 minutos. O FC Porto vivia um dia de total tranquilidade, bem mais do que tem sido habitual nas outras provas, contra outro tipo de adversários.
Ainda antes das tais entradas em campo vimos a primeira oportunidade digna desse nome para o David do jogo, que mesmo contra um Golias impiedoso queria deixar boa imagem. Deixava-a pelo esforço demonstrado nos raros momentos em que tinha a bola e a levava para o ataque... e lá conseguiu testar Diogo Costa num lance em que Alex Tanque mostrou ser digno do nome.
Pelo meio, entre as substituições, Díaz juntou o segundo à conta pessoal, contornando o guardião adversário antes de finalizar, e Fábio Silva conseguiu transformar em realidade o sonho de marcar pela equipa principal do clube do coração, numa recarga após defesa de Fábio Mesquita. O sorriso rasgado do jovem avançado dizia tudo.
Com toda a tranquilidade, o FC Porto seguiu em frente mas apesar da derrota os jogadores do Coimbrões deixaram o relvado debaixo de cânticos de «Coimbrões, allez!». É a festa da Taça.
O FC Porto foi extremamente competitivo desde o primeiro minuto e isso afastou qualquer hipótese de surpresas. O Coimbrões, muito mais limitado do que os dragões, deixou uma boa imagem pelo esforço demonstrado depois de uma entrada claramente em falso.
Como escrevemos ao lado, o Coimbrões foi combativo e um digno vencido, mas a entrada foi em falso. A equipa de Vila Nova de Gaia facilitou no arranque e, contra um clube como o FC Porto, viu-se a perder por três golos muito cedo. Pelo que se via no jogo nessa fase, era um resultado natural.