O treinador português está a contas com um processo com o Marítimo, depois de entender ainda ter mais um ano de contrato, ao contrário de Carlos Pereira, presidente dos insulares, que mudou de treinador para a nova época.
«Foi feio e continua, vai para tribunal, porque tinha contrato de um ano e meio, eu e o Filipe Anunciação, e estava a programar já a nova época, a escolher jogadores, mas depois o presidente queria meter-se nas minhas escolhas, processou vários jogadores, colocava-os na equipa B e depois eu chegava e não tinha dois ou três para o treino. Ainda agora ele deu uma entrevista onde disse que ele é que mandava e os outros são os adjuntos... Eu sempre me dei bem com os presidentes, falava com eles de futebol e dos jogadores, mas se tu és contratado para treinador, és tu que decides. Se não, ia ele para o banco, mas sujeitava-se a ser despedido por ele próprio. Estas pessoas têm de ser desmascaradas», frisou, em entrevista à rádio Estádio.
No dia 2 de julho, de arranque da nova temporada, já se sabia que Nuno Manta ia ser o líder dos madeirenses, pelas notícias de então, mas, mesmo assim, Petit apresentou-se ao trabalho.
«Apresentei-me porque tinha mais um ano de contrato. Trabalhei durante as férias para o Marítimo e apresentei-me no dia 1, onde perguntei se era para me equipar ou não. Eu disse que tinha contrato, ele tentou dividir-me com o Filipe, mas nós fomos juntos e nunca vi o presidente gaguejar tanto como nesse dia. Ele pensava que eu era um miudito, que não tinha coragem para me apresentar. Passa-se muita coisa no futebol e o treinador é o elo mais fraco. Os mais novos aparecem e por vezes aceitam qualquer coisa, às vezes sem saber», atirou.
«Mais valia ele chegar à minha beira e dizer-me que o trabalho não foi bom, mas não, ele começou a arranjar desculpas, a faltar a reuniões e a mandar o diretor desportivo. Na gala ele já tinha prestado as declarações [ndr.: nas quais disse que a equipa tinha ficado abaixo do esperado em termos pontuais], mas ainda me deu um prémio de treinador do ano [risos]. Insisto: estas pessoas têm de ser desmascaradas, porque andam no futebol há tantos anos e não evoluem. Se nós, jogadores, treinadores e até dirigentes, que tiram cursos, fazemos por evoluir, porque é que estas pessoas também não o fazem? Porque isto é o quintal deles. Se se quer que o futebol português cresça, estas pessoas não podem andar no futebol. E eu vou para a frente, vou até à última», avisou.