Três galos que doem, especialmente para aqueles que abriram de cabeça limpa. Em Moreira de Cónegos, os da casa venceram e convenceram, com uma vitória por 3x0 diante de um Gil Vicente irreconhecível.
Se a primeira aparição cónega no campeonato havia sido francamente pobre, a segunda mostrou uma formação de Vítor Campelos de cara lavada, com ideias positivas e um modelo de jogo bem mais atraente. Os alas, Pedro Nuno e Bilel, criaram uma série de problemas, através de diagonais perigosas e combinações interessantes com os laterais, e a zona central foi sempre bem ocupada por um Fábio Pacheco que roçou a perfeição durante os primeiros 45 minutos.
Com tanta qualidade, as oportunidades junto da baliza dos gilistas começaram a aparecer com naturalidade. E não foram poucas...Fábio Abreu aproveitou uma das primeiras, num cabeceamento, perante uma abordagem defensiva pouco feliz. Pacheco, pouco depois, com um passe maravilhoso, isolou Bilel para o segundo.
E que bem jogou a grande surpresa do campeonato passado durante os primeiros trinta minutos. Para lá dos golos, houve coesão defensiva - bom trabalho da zona intermediária -, variantes interessantes, como a de promover os recuos de Fábio Abreu no processo ofensivo e mais uns quantos lances perigosos. Pedro Nuno, numa das melhores jogadas do encontro, ameaçou o terceiro. Vítor Oliveira, claro, começava a perder a paciência...e a estrutura do banco sofria.
Não é por acaso, diga-se, que deixamos para o fim qualquer palavra para o Gil. É que até aos 35 minutos os homens de Barcelos andaram desaparecidos, somaram equívocos, demonstraram uma dependência excessiva na inspiração de Lourency e criaram apenas uma real oportunidade de golo. Curto, muito curto, para quem fez tanto no regresso ao campeonato.
Havia muito para mudar na formação gilista. Vítor Oliveira optou por dois jogadores novos e uma nova abordagem tática no início da etapa complementar, com três defesas, alas bem mais preocupados em atacar e dois homens móveis na frente. A nova cara deixou os da casa algo confundidos, apesar da falta de reais oportunidades de golo junto da baliza de Pasinato.
Até ao final, diga-se, o Gil Vicente teve uma atitude competitiva e digna. Sandro Lima obrigou o guardião contrário a uma bela defesa e o incansável Lourency teve tempo para brilhar num livre que só parou na trave da baliza cónega. Não era a tarde para os Galos de Barcelos, definitivamente.