Quantas frases cliché já ouviu sobre o tempo e o facto de trazer coisas boas ou curar tudo? Não o vamos cansar com essas frases típicas de filmes do Woody Allen, mas a história de Adrián San Miguel dava mesmo um bom filme, com um final típico dos melhores romances do futebol. E o tempo, esse, tem um papel fundamental nesta história.
Foi em Sevilha, nas escolas do Betis, que Adrián deu os primeiros passos para o futebol. Tudo começou em 2000, mas fazemos fast forward na nossa película para chegarmos a julho de 2019. Adrián está de volta a Sevilha.
Sim, na passada quarta-feira disputou a Supertaça Europeia pelo Liverpool, em Istambul, mas já lá vamos. Voltemos à capital da Andaluzia. Depois de terminar uma ligação de seis épocas com o West Ham, Adrián passou a ser um jogador livre.
Se alguns jogadores com experiência de Premier League acabam contrato e assinam logo por outro clube, o mesmo não aconteceu com Adrián. O guarda-redes voltou a Espanha e foi no munícipio de Pilas, em Sevilha, que procurou manter a forma para estar preparado para o próximo desafio que viesse a aparecer na carreira.
Passou mais de um mês até ao dia que mudou a vida do guarda-redes espanhol. O telemóvel tocou e o típico sotaque de Liverpool fez-se ouvir. A cidade dos Beatles chamava por Adrián e o espanhol terá dito "Let It Be".
A 5 de agosto assinou pelo Liverpool para ser o suplente de Alisson e apenas quatro dias depois fez a estreia pelo Liverpool, depois de o titular ter-se lesionado. O tempo tem destas coisas, não é? A lesão de Alisson fez com que a estreia a titular fosse num jogo de importância crucial.
14 de agosto, nem 10 dias depois, Adrián defendeu o penálti de Abraham e levantou o primeiro troféu da carreira. A Supertaça Europeia como prémio de um romance que passou por Londres, Pilas, Liverpool e Istambul. Um filme digno de ser contado. Haverá espaço para mais sequelas?
2-2 (5-4 g.p.) | ||
Sadio Mané 48' 95' | Olivier Giroud 36' Jorginho 101' (g.p.) |