O Benfica tornou oficial a proposta do Atlético de Madrid por João Félix e trouxe dois valores para cima da mesa: os 120 milhões de euros da cláusula de rescisão e os 126 milhões que têm a ver com a impossibilidade de os colchoneros poderem pagar a pronto.
Ora, a explicação para tal parte da interpretação da frase que consta no documento enviado à CMVM: «O valor proposto acima da cláusula de rescisão contempla o custo financeiro indexado ao pagamento a prestações previsto nesta proposta».
Ou seja, em traços gerais, o Atlético paga uma verba mais elevada para que possa fasear o pagamento do valor total acertado com as águias. Um pagamento com juros, no fundo.
Porém, também no documento é referido que «o valor líquido a receber do Atlético de Madrid na data da transferência dos direitos desportivos ascenderá a € 120.000.000», o que significa que a proposta sugerida pelos espanhóis tem de contemplar a entrada direta daquele valor na conta do Benfica quando a mudança se concretizar. Resta perceber de que forma os colchoneros se vão mover para poderem ter a liquidez necessária.
A imprensa fala sobre o negócio esta quinta-feira e os jornais A Bola e Record comungam da informação de que o Atlético de Madrid vai recorrer a uma instituição financeira para obter a verba e pagar aquele valor no imediato, para, depois, a pagar às prestações à referida empresa.
Por outro lado, o jornal O Jogo refere que vai ser o Benfica a «recorrer a uma entidade bancária para antecipar o montante que completará a totalidade do negócio». Assim, os encarnados cobririam a verba em falta com uma espécie de empréstimo (o qual representa juros), para depois o Atlético de Madrid pagar esse valor às prestações aos encarnados num total de 126 milhões de euros, que depois serviriam para que as águias liquidassem esse valor sem terem prejuízo.
1,2 milhões para o FC Porto, 12 para Jorge Mendes
Neste negócio não está contemplado o valor relativo ao mecanismo de solidariedade, referente à formação do jogador. João Félix esteve no FC Porto dos 12 aos 16 anos e, como tal, os portistas têm direito a encaixar 1 por cento da transferência - 1,2 milhões de euros.
Esse valor é fora da verba dos 120 milhões de euros. Ou seja, vai ser o Atlético a pagar diretamente ao clube portista e não o Benfica a descontar da verba que encaixa.
Por outro lado, aí sim, as águias vão ceder 10 por cento da transação a Jorge Mendes, que voltou a intermediar o negócio e que já tem esse acordo há muito definido com Luís Filipe Vieira. Ou seja, o agente recebe 12 milhões de euros.