Três receitas para as dores de cabeça de Marcel Keizer

Os últimos dois jogos do campeonato já não traziam benefícios pontuais ou posicionais ao Sporting, mas acabaram por dar dores de cabeça a Marcel Keizer. Ristovski foi expulso diante do Tondela e ficou fora da Taça de Portugal por ter sido castigado com dois jogos, Borja vai falhar o encontro com o FC Porto depois de ter sido expulso precisamente no jogo com os dragões, mas para o campeonato.

Duas baixas defensivas que o treinador holandês vai procurar contrariar e que serão as principais dúvidas num Sporting que tem mantido o onze nesta reta final da temporada. Sem o macedónio e sem o colombiano, como pode atuar o leão? Analisemos as várias hipóteses.

Recuo de Acuña, quem entra?

Uma das hipóteses passa pelo recuo de Acuña para a posição de lateral esquerdo, tal como aconteceu várias vezes esta temporada. Sem Borja, Acuña seria o substituto mais direto, mas para o argentino recuar era preciso mexer na frente.

Nesse caso, Diaby poderia ser a hipótese. O avançado maliano é forte a jogar na profundidade e a atacar a baliza. Os leões até já apostaram nessa estratégia em jogos de exigência máxima, pelo que poderia ser uma hipótese. Jovane Cabral é outra possibilidade, mas menos provável tendo em conta os últimos jogos.

A favor: Jogadores escolhidos têm sido titulares e estão com ritmo.

Contra: Acuña comete alguns riscos defensivos na forma como procura o desarme.

O regresso de Jefferson

De forma a manter Acuña mais na frente do terreno, Marcel Keizer pode apostar na titularidade de Jefferson, algo que não acontece desde o jogo em Villarreal, que acabou com o brasileiro expulso.

Jefferson foi titular no dérbi com o Benfica por indisponibilidade de Acuña ©Carlos Alberto Costa

Recorde-se que no dérbi com o Benfica essa foi a escolha de Marcel Keizer. Sem Acuña, castigado, Jefferson foi aposta e nem se deu mal, mas a pouca utilização desde então deixa muitas dúvidas. Nos últimos três meses, Jefferson soma apenas oito minutos.

A favor: Maior solidez à esquerda, uma vez que Acuña podia ser um forte auxílio a Jefferson.

Contra: Lateral brasileiro tem pouco ritmo e na última vez que jogou comprometeu.

Três no centro

Uma vez que no lado direito da defesa as dúvidas são poucas - jogará Bruno Gaspar -, Keizer pode voltar a apostar numa estratégia com três centrais e dois alas a fazerem os corredores. Já aconteceu esta época e os resultados, de certa forma, até foram positivos.

Se recordarmos precisamente a vitória por 1x8 no Jamor, diante do Belenenses SAD, vemos que foi assim que o Sporting atuou, para condicionar a saída de bola da equipa de Silas. Agora, com condicionantes nas laterais, Keizer pode voltar a este esquema, mas há um problema.

Sempre que os leões atuaram num 3x5x2, Borja era um dos centrais, atuando junto à lateral esquerda e dando a Acuña (e até a Jefferson) responsabilidades ofensivas. Sem o colombiano coloca-se a hipótese de fazer entrar André Pinto ou Tiago Ilori para o onze inicial e colocar Mathieu mais encostado à esquerda, mantendo Bruno Gaspar e Jefferson como alas.

A favor: Mobilidade ofensiva dada por Bruno Fernandes, Raphinha e Luiz Phellype.

Contra: Ausência de Borja e menor entrosamento na zona central da defesa.