Não houve título, mas houve tempo para uma despedida alegre do Estádio do Dragão, sob um forte aplauso do público. O FC Porto bateu o Sporting em sua casa e passou com distinção na prova antes do exame final, no Jamor. Depois de uma primeira metade de completa resignação e marcada pela expulsão leonina, o segundo tempo mudou de rumo e a temperatura aqueceu em todos os momentos. No último suspiro, apareceu o capitão Herrera para provocar uma explosão de alegria com tamanha obra-prima. Talvez a sua última no Estádio do Dragão.
Obviamente no sentido figurado da expressão, mas olhando para o sucedido nos primeiros 45 minutos disputados no Estádio do Dragão, o cenário não foge muito disso.
Foi, por isso, uma primeira parte de completa resignação. O Sporting sem nada em jogo, e o FC Porto a ver o título fugir definitivamente para Lisboa conforme o passar do tempo. Nenhuma das formações aproveitou (ou estudou?) a espécie de prova de aferição antes do exame final no Jamor. Sem garra de leão, sem chama de dragão, sem ritmo elevado.
A partir desse momento, desenhou-se, em campo, uma linha de sentido único, mesmo que antes tenha havido maior ímpeto portista. Ainda assim, o futebol passou a não ser bom o suficiente para animar o público presente. Salvou-se somente o livre de Alex Telles que obrigou Renan a defesa apertada...
A exibição não era famosa, o rumo não era o indicado, e Sérgio Conceição, insatisfeito face à inoperância dos seus contra 10 elementos, decidiu colocar mãos à obra. Colocou Manafá para castigar o algo desamparado Acuña - de realçar o trabalho do duplo pivot Petrovic-Gudelj na ajuda - e Brahimi para imprimir a magia e criatividade necessárias para abrir um cadeado que parecia fechado a sete chaves.
A abrir a segunda parte no #FCPSCP, os Super Dragões exibem uma enorme tarja em que apresentam os “Campeões nacionais de 2018/19” como uma equipa de árbitros e até António Costa faz parte. pic.twitter.com/pye8ydHmUP
— zerozero (@zerozeropt) 18 de maio de 2019
Danilo levou o Dragão ao desespero, com um remate bem perto do poste, mas, adivinhe lá, foi o adversário quem aproveitou a melhor oportunidade para ferir. Num rápido contra-ataque conduzido por Diaby, Luiz Phellype, a passe delicioso de Acuña, não perdoou na cara de Vaná. Um balde de água fria tremendo que só não gelou completamente porque o mais inconformado, Danilo (sim, isso mesmo), igualou distâncias já após um espetacular remate à barra.
A entrada de Brahimi baralhou as contas leoninas e criou imensos estragos, sobretudo na reta final da partida. Antes do último suspiro, houve tempo para uma tripla (!) ocasião para o FC Porto, que a retaguarda verde e branca, com muita valentia, negou, para uma obra de arte de Herrera, provavelmente a última pintada pelo capitão portista. Picardias à parte (lamentávei, de facto), o dragão venceu a primeira batalha. A última tem lugar no Jamor, a 25 de maio. Promete...