Jogou na sombra de Totti, entregou-se de corpo e alma à cidade eterna e, agora, está de partida, depois de 18 anos ao serviço do clube. De Rossi, pois claro.
Chegado ao Estádio Olímpico ainda na idade de júnior, De Rossi demorou poucos anos para tornar-se uma figura quase incontestável da Roma. A partir de 2003/2004, o meio-campo romanista tinha sempre a mesma referência posicional, o mesmo guardião dos criativos, o raçudo e inesgotável Daniele.Apesar de ter sido quase sempre acarinhado pela massa adepta, De Rossi foi obrigado a viver com o rótulo de segundo capitão, de segundo jogador mais importante e simbólico de boa parte dos plantéis. O internacional italiano lidou sempre muito bem com a condição e com o protagonismo de Totti - os dois protagonizaram uma amizade e uma irmandade forte dentro de campo.
Nos 18 anos de amor ao clube da capital italiana, um momento salta à vista. Em 2005/2006, na receção ao Messina, a Roma vencia por 1x0. A 10 minutos do intervalo, o centrocampista introduziu a bola na baliza, num desvio com a mão que passou incólume a todos, inclusive ao árbitro, que «precisou» do gesto de fairplay de Daniele para anular o segundo da equipa romanista.
É certo que o legado de De Rossi não chegou para qualquer título da Serie A, mas as memórias, os momentos e a devoção do clube prometem uma despedida em grande no Coliseu.