Aos 35 anos, Emmanuel Adebayor recordou o passado difícil e a preparação do seu suicídio. O atual jogador dos turcos do Basaksehir revelou, ao jornal inglês Daily Mail, os contornos da situação difícil por que passou no início da sua carreira e o atentado de que foi alvo.
«Tudo o que eu queria era ajudar a minha família, mas eles pressionavam-me muito. Não conseguia aguentar. Quando uma família é pobre, todos são pobres e há muita solidariedade. Mas quando alguém consegue alguma coisa é como se lhe devesses alguma coisa», revelou o internacional pelo Togo.
Com 21 anos de carreira, o salto para a Europa deu-se em 2003, para o Metz. Em França, Adebayor revelou que preparou o suicídio.
«Quando estava no Metz ganhava 3 400 euros por mês e a minha família pediu-me uma casa que custava meio milhão! Além disso, o clube estava farto do meu comportamento. Uma noite sentei-me na cama e pensei: "O que estou a fazer aqui? Ninguém está contente comigo, por que razão hei de continuar a viver?"», revelou o jogador.Depois disso, preparou tudo para tirar a sua própria vida: «Havia uma farmácia por baixo do meu apartamento. Pedi tantos comprimidos que não queriam vender-me, mas disse que eram uma uma obra de beneficência no Togo. Preparei tudo, tinha tudo pronto. Aí, telefonei ao meu melhor amigo a meio da noite e ele tranquilizou-me. Disse-me que tinha muitas razões para viver. "Tens potencial para mudar África'", disse-me. Aí comecei a mudar de ideias, pensei que Deus devia estar a guardar algo de bom para mim».
Em janeiro de 2010, a comitiva da seleção do Togo foi atacada na província angolana de Cabinda. Desse ataque, resultaram três vítimas mortais: o motorista, o treinador adjunto e o assessor de imprensa. Recorde aqui.
«Ouvimos tiros durante 42 minutos. À esquerda, à direita, à frente, atrás... Ouvia os meus amigos a gritar, mas não nos podíamos mexer, não podia fazer nada. Como capitão, disse a toda a gente para telefonar às famílias».
E acrescentou: «Telefonei à minha namorada e disse-lhe que estava quase a partir. E ela perguntou-me: "vais partir para onde?". Ela estava grávida e eu disse: se for um rapaz, dá-lhe o nome de Emmanuel Jr, se for uma rapariga chama-a Pincess Emannuela. Ela não estava a perceber nada e eu respondi: "Ligo-te depois, se estiver vivo"».