O Vitória FC não ultrapassa o Portimonense, mas o Portimonense também não fica muito longe. A distância de um ponto ao início desta jornada vai manter-se pelo menos até à próxima, depois de as duas equipas empatarem (1x1) no Bonfim. Um jogo de nervos, muito influenciado pela classificação, que ganhou emoção a partir do golo de Semedo. Os sadinos já festejavam os três pontos quando Ruster saiu do banco para dar o empate à equipa algarvia.
Não é fácil jogar amarrado. Ainda a lutar pela manutenção, foi desta forma que Vitória FC e Portimonense começaram a partida. Jogou-se pouco, reclamou-se muito e só depois de João Pinheiro tirar os amarelos do bolso é que a partida acalmou. Foram 20 minutos de muitos nervos, claramente influenciados pela situação das duas equipas na tabela.
A equipa de Folha esperava estar muito mais confortável nesta altura da época, mas está a ser uma segunda metade de temporada difícil para os algarvios. Uma vitória apenas em 10 jogos deixava o Portimonense apenas com um ponto a mais do que os sadinos, que procuravam aproveitar o fator casa para ultrapassar a formação de Portimão e ganhar maior conforto na tabela, sabendo que, ao mesmo tempo, jogavam Tondela e Boavista, também na intensa batalha pela permanência.
No meio de uma autêntica batalha, o talento algarvio ia-se destacando e a bola andava sempre mais perto da baliza de Makaridze do que da de Ricardo Ferreira. Jackson, Lucas e Wellington não conseguiram inaugurar o marcador e a equipa sadina começou a jogar com mais cabeça. O passar dos minutos deu mais tranquilidade à equipa de Sandro, especialmente quando a bola passava pelos pés de Rúben Micael ou Éber Bessa.
Numa primeira parte com o Portimonense quase sempre por cima da partida, pertenceu ao Vitória a melhor ocasião da primeira metade, com Nuno Valente a atirar ao ferro da baliza algarvia em cima do período de descontos. Era um sinal para os sadinos, que com mais calma conseguiam criar perigo e aproveitar as conhecidas fragilidades defensivas do Portimonense.
A equipa de Sandro regressou para a segunda parte com a mesma tranquilidade com que tinha terminado a primeira. Por outro lado, o intervalo não fez bem à equipa de Folha, que perdeu por completo o controlo da partida. Os sadinos sentiram a obrigação de vencer em casa, assumiram o jogo com mais intensidade e acabaram mesmo por chegar à vantagem.
Ainda assim, as ocasiões de perigo continuavam sem aparecer. Cádiz, o abono de família dos setubalenses, procurou várias movimentações em velocidade nas costas da defensiva algarvia, mas o golo só apareceu num lance de bola parada. Semedo pôs em prática o tempo passado com Cristiano Ronaldo, saltou mais alto do que toda a gente, cabeceou para o fundo das redes e acabou a festejar como o internacional português. O Bonfim gritou a uma só voz: «Siiiii».
O Vitória FC entregou a iniciativa de jogo ao Portimonense para procurar fechar o resultado no contra-ataque. A estratégia parecia estar a funcionar e os adeptos sadinos já contavam com os três pontos, mas Ruster saiu do banco para imitar Semedo. De cabeça, o médio estreou-se a marcar na Liga e a boa hora para os algarvios, que levam um ponto para Portimão.
O nervosismo no início da partida fazia adivinhar este desfecho, que agrada mais ao Portimonense, por ser fora de casa e impedir a ultrapassagem do Vitória FC, do que aos sadinos, que viram o Tondela aproximar-se. Um empate que não muda muito nos objetivos das duas equipas. Ainda há quatro finais pela frente.