O 1x3 não o dá a entender, mas o triunfo foi arrancado a ferros. Com o homem do costume, cuja titularidade nem era certa, metido ao barulho e uma outra surpresa a dobrar. A meia distância de Bruno Fernandes e o bis de Luiz Phellype fizeram a diferença num jogo apertado e com duas partes completamente distintas. A tarefa foi dificultada por um valente Chaves que nunca virou a cara à luta, nem em inferioridade numérica. Até final o jogo não se livrou de uma grande dose de polémica com Manuel Mota, expulsões, VAR e empurrões entre protagonistas no epicentro da confusão.
A primeira parte iniciou com superioridade leonina e prolongou-se, com alguma naturalidade, até ao final da mesma. Raphinha mostrou aptidão para as bolas em profundidade e, como uma carraça, obrigou, em algumas ocasiões, os centrais flavienses a esforços redobrados.
O Chaves conseguiu, por momentos, equilibrar o encontro, mas, com bola, e apesar de alguns passes falhados, o adversário mostrou mais critério sobretudo no centro do terreno. Daí, longe da baliza de António Filipe, Gudelj tentou a sua sorte e abriu as hostes na estatística dos remates enquadrados. A cor era maioritariamente verde e branca, só que as transições defensivas voltaram a ser, uma vez mais, o tendão de Aquiles dos leões. Faltou maior definição e aproveitamento dos transmontanos nesse momento do jogo.
Estava desfeito o nulo e o golo surgiu, curiosamente, do lado menos ativo. É que Borja e Acuña aproveitaram o espaço concedido por um ofensivo Paulinho e criaram constantes jogadas de perigo pelo flanco esquerdo durante largos minutos. No meio, Wendel e Bruno Fernandes deram várias amostras de classe com e sem bola e beneficiaram da pouco conseguida pressão contrária no momento da recuperação.
À exceção de um corte arriscadíssimo de Coates, o Chaves pouco ou nada incomodou Renan Ribeiro. E o Sporting, no capítulo da finalização, deixou muito a desejar, pese algumas excelentes combinações.
Não houve inversão de papéis, mas sim muito mais Chaves logo após o apito de Manuel Mota. Destemidos, os flavienses baralharam a confusa linha defensiva visitante e provocaram uma explosão no Municipal.
Campi cheirou a igualdade e André Luis tratou mesmo de a carimbar. Tudo começou na visão de jogo magnífica de Gallo e terminou na forma como o brasileiro retirou Renan do caminho. Como seria de esperar, o 1x1 despertou o Sporting e a corda, já rompida, foi-se partindo ainda mais. Bruno Fernandes tentou manter-se como um dos destaques, ao invés da sociedade Borja-Acuña, Raphinha procurou trocar as voltas a Luis Martins e Marcel Keizer aproveitou para lançar os mais frescos.
Já com Ricardo em campo, uma vez que uma lesão delicada impossibilitou António Filipe de permanecer em campo, a meia distância fez a diferença. É preciso mencionar o nome? Bruno Fernandes, pois claro! Até final a polémica tomou conta da partida, sendo que Ristovski, antes dos 90', recebeu ordem de expulsão e Luiz Phellype, em dose dupla, sentenciou o resultado.