Nunca o FC Porto tinha marcado mais de um golo em Tondela, esta noite marcou mais do que em todas as anteriores ocasiões. Num jogo em que o ataque era o setor mais desfalcado, havendo também as baixas de Danilo e de Militão (baixa de última hora depois de faltar ao recolher obrigatório), um defesa e dois médios valeram o triunfo seguro e o regresso às vitórias fora de casa depois de duas idas pouco produtivas ao Berço da Nação.
Há clássico à espreita e o FC Porto já garantiu que chegará como líder ao encontro mais esperado da próxima jornada. Pela segunda vez seguida, os dragões entraram na ronda com apenas mais um ponto do que o grande rival, pela segunda vez seguida resistiram à pressão e atiraram-na de volta para a Luz.
Além das ausências no ataque e na defesa, de que já falámos, não houve Danilo e isso ajudou a que Óliver voltasse ao onze para se juntar a Herrera. Com o mexicano a trabalhar mais nas zonas que na teoria pertenceriam a um trinco, o espanhol teve margem para olhar para o jogo com olhos de ver desde cedo e era muito pelo seu pé direito que surgiam as ameaças.
Pelo pé de Óliver e pelas bolas paradas, porque foi logo aos dois minutos que os dragões se aproximaram do golo... só que do outro lado não estava um guarda-redes qualquer. Canto na esquerda, Adrián a cabecear e Cláudio Ramos a voar para impedir um golo que, de tão madrugador, não seria visto por todos os adeptos com bilhete para o João Cardoso.
Permitiu-se que todos tomassem os respetivos lugares, o FC Porto manteve o ascendente inicial e foi mesmo numa bola parada, num livre indireto, que surgiu o golo. Quem bateu o livre? Esse mesmo, Óliver Torres, e quem finalizou depois de uma série de ressaltos foi a solução quase inevitável para cobrir a ausência de Militão: Pepe, de volta ao onze e a festejar um golo de frente para a bancada mais pintada de azul e branco. Nem 11 minutos completos se tinham jogado em Tondela.
Era com a vantagem mínima que o FC Porto chegava ao fim do primeiro tempo - logo depois de um de vários passes de classe de Óliver que Fernando Andrade não conseguiu aproveitar - e foi com nova superioridade no encontro que os portistas começaram a segunda metade. E pouco tiveram de esperar até que Óliver juntasse à panóplia de passes um fantástica remate de primeira que Cláudio Ramos não tinha forma de parar. Que momento do médio espanhol!
O 0x2 reforçou o conforto portista, dissipou quase todas as dúvidas sobre o desfecho e isso permitiu que a grande preocupação de Conceição passasse a ser Wilson Manafá, que saiu em dificuldades e poderá ser novo nome na longa lista de baixas, depois de mais um jogo em que foi titular na direita e não só correspondeu como impressionou.
Para que as dúvidas acabassem de vez, Herrera aproveitou a assistência do recém-entrado Brahimi para dar outro conforto ao resultado, fez o 0x3 final e saiu logo depois, evitando assim um possível amarelo que o deixaria fora do clássico. Telles esteve em campo até ao fim mas também não viu cartões, dando uma dose de calma a Conceição no meio da tempestade de lesões.
E agora venha a Taça, venha o clássico, venha a Roma.