Novo dia, novo jogo de cartaz. A Champions League não pára, exige o máximo e a Johan Cruyff arena vestiu-se de gala para receber o campeão em título. André Rieu brilhou no violino e inspirou um Ajax digno. Digno de Champions, digno de uma vitória que não aconteceu. Valeu a experiência do Real Madrid e uma noite de muito futebol. Ah, uma dica: se não viu o jogo, pense em fazê-lo com o máximo de atenção. Vai valer a pena.
Uma ode à pressão alta, às transições ofensivas, ao futebol espetáculo. Os primeiros 45 minutos do Ajax foram de sonho. Completamente subjugado, o Real Madrid pouco respirou. Ziyech, Tadic e Neres instalaram o pânico na linha defensiva merengue que transmitiu insegurança máxima para a baliza. É que Courtois, mesmo tendo efetuado duas defesas de alto nível, quase borrou a pintura. Valeu o primeiro golo da história da Liga dos Campeões anulado com recurso ao VAR, uma vez que Dusan Tadic se encontrava em posição irregular.
Ora contra-ataco eu, ora contra-atacas tu. Foi esse o lema da primeira parte, mas sempre com sinal mais para os valentes homens de Amesterdão. Deu sempre mais Ajax, deu poste, deu Courtois. Deu, ainda, para Vinícius assustar Onana por uma ocasião, mas nada mais do que isso. Golos, nem vê-los… Ironia, não é verdade?
O jogo permaneceu numa toada frenética. De novo um Ajax pressionante, mas um Real Madrid mais bem reforçado. Mais incisivo. Benzema ameaçou, Neres também, só que pouco tempo depois, o francês não perdoou. O samba perfumado nos pés de Vinícius Jr fez estragos da esquerda para o meio e uma finalização fulminante deu a vantagem inicial ao detentor do título.
Faltavam 15 minutos para o fim e o jogo continuava bem rasgadinho. Ocasiões flagrantes para ambos os lados e do lado madrileno o perigo adensou-se já com Asensio em campo. A poucos minutos dos 90, a substituição dourada de Solari surtiu o efeito desejado. Transição rápida e letal. Desta vez, não houve displicência. A vitória foi para quem a menos mereceu, sim, mas é futebol...