Foi pela margem mínima que o Benfica se adiantou na eliminatória contra o Sporting. Uma eliminatória que apenas daqui a 55 dias se conclui, mas na qual as águias estão com (curta) vantagem, depois de um jogo em que foram muito mais confiantes, embora não tão letais como se contava, atendendo ao que tem sido a equipa de Lage.
Bruno Fernandes reduziu distâncias e levou a dúvida para Alvalade, num jogo onde Gabriel foi novamente determinante (leia as nossas Figuras do Jogo) e no qual a defesa leonina continuou a colecionar erros, com Ilori a ser o mais recente pecador.
Percebeu-se a lógica das duas equipas. O Benfica, em alta em termos psicológicos, sabia das deficiências do Sporting com bola e escolheu bem os pontos para pressionar alto e aí ganhar imediatamente capacidade para o contra-ataque. O Sporting, com necessidade extrema de reação, procurou com novos intervenientes um maior apoio ao setor intermédio (trio que se manteve, embora com Fernandes ao lado de Gudelj, que fez marcação cerrada a Félix).
Foi mais bem sucedido o Benfica. Uma ou outra vez, os leões conseguiram ir à linha cruzar, mas Phellype foi sempre presa fácil para a defesa dos encarnados. Ainda assim, a equipa da casa teve condições para fazer bem mais e melhor.
Marcou, é certo, num desses momentos de contra-ataque, mas ficou à beira de mais. Às excelentes ações sem bola do setor intermédio, que Gabriel comandou com mestria, sucederam-se más decisões, nomeadamente de um Seferovic muito ativo, embora pouco certeiro, o que manteve a margem mínima no marcador.
Salvio, a novidade num Benfica que quase nada mudou, pouco acrescentou. Pizzi à esquerda também não foi um acrescento de qualidade. Mesmo assim, servia para estar na frente, diante de um Sporting onde as três novidades da frente quase nada conseguiram dar à equipa. E muito menos melhorar. Atrás, Borja mostrou alguma qualidade, mas Ilori foi um desastre, que culminaria no auto-golo que deu nos 2x0.
Nessa altura, já com mais de uma hora de jogo, já Rafa estava em campo a substituir o argentino, para além de Ferro, que na primeira parte rendeu o lesionado Jardel. E foi com a entrada do internacional português que o Benfica respondeu a uma ligeira melhoria leonina na segunda parte, distante de significar uma ameaça ao controlo do jogo pela equipa da casa.
Uma resposta com golo, intensidade, velocidade e mais ameaças, à qual Keizer respondeu com o uso de dois pontas de lança - fazia sentido, tal a tendência para o jogo flanqueado que apenas resultava em cruzamentos inofensivos.
Foi, sem muito engenho e apenas com a arte magistral de Bruno Fernandes que o golo leonino apareceu, num soberbo livre direto cobrado pelo médio.
Um momento revigorante para os adeptos leoninos, encolhidos até então perante a exibição da equipa, mas transformados para os últimos minutos, que foram de um Sporting bem mais astuto e fulgurante.
Não o suficiente para evitar a derrota, mas suficiente para deixar tudo em aberto para Alvalade. Faltam 62 dias...