Este Moreirense está com apetite para a Europa. Em casa, os cónegos receberam e bateram o Nacional, por 2x1, e agarraram o quinto posto da Liga.
Num encontro competitivo, destaque para a capacidade cónega, particularmente no ataque, capaz de empurrar uma boa equipa como o Nacional para alguma mediocridade.
À procura de um futebol apoiado, positivo, Moreirense e Nacional nunca abdicaram das respetivas identidades para colocarem dificuldades ao adversário. Até ao golo inaugural, a equipa de Costinha conseguiu controlar com maior ou menor dificuldade o jogo objetivo e rápido dos cónegos, com algumas transições pelo meio, tendo o pior vindo depois...
E nem se pode dizer que o momento alto da primeira parte tenha aparecido pela capacidade técnica e arte de Chiquinho, o criativo que já pede outros voos. Num lance de insistência, Kalindi inventou e Chiquinho aproveitou para materializar o quarto tento da época. Um duro golpe que seria decisivo para o resto dos primeiros 45 minutos.
É que, depois da prenda oferecida ao adversário, o Nacional passou a ter muito mais dificuldades em dois momentos específicos: o da transição defensiva, com a capacidade dos cónegos (ala esquerda a funcionar particularmente bem) a descobrir espaços para a criação de um par de boas oportunidades, e o da organização ofensiva, pouco produtiva quando se pedia uma reação forte. Houve uma boa oportunidade, sim, mas após um lance rápido, e, aí, apareceu Jhonatan.
Tal como tinha acontecido no primeiro tempo, o Nacional voltou a entrar disposto a complicar a tarefa ao Moreirense. Pressão inteligente sobre o início de construção cónega, transições rápidas e duas meias oportunidades, que só não assinalamos como grandes devido às fracas finalizações de Gorré e Rosic, após dois cruzamentos do lado direito.
O Moreirense, sempre sereno em campo, mesmo quando a emoção podia tramar a equipa, chegou ao golo da tranquilidade pelo suspeito do costume, o que dá criatividade e, ao mesmo tempo, poder finalizador: Chiquinho. É certo que o médio beneficiou de um desvio, mas a intenção (e a procura constante pela felicidade) estava lá...
O Nacional, apesar da desvantagem de dois golos, não melhorou o seu nível exibicional. O Moreirense continuou mais presente no momento ofensivo, com a capacidade de passe de Chiquinho, a pressão de Loum e a velocidade de Heriberto a criar muitos problemas à organização defensiva dos insulares.
Nos minutos finais, Okacha esteve em particular destaque. Primeiro, o dianteiro da equipa de Costinha marcou um golo com a mão, que não valeu, mas, ainda antes do apito, houve lugar a alguma emoção, com o segundo a ser anulado e prontamente validado pelo VAR. Camacho ainda teve tempo para ser expulso, mas o final confirmou a ideia: este Moreirense é mesmo de mão cheia.