Foi nas grandes penalidades que o Sporting levou a melhor sobre o FC Porto, num jogo repartido, com golos na segunda parte e outra vez com os leões mais fortes na lotaria. Revalidação do título e primeira conquista de Varandas (como presidente) e Keizer.
Num jogo com grande dose de mérito inicial dos leões, só na segunda parte os dragões despertaram. Numa partida com muita influência vinda do banco, seria outra vez no desempate por penáltis que o Sporting bateu a equipa de Sérgio Conceição, como aconteceu duas vezes na época passada.
Depois de cinco minutos contidos, em que o FC Porto ficou com a sensação de um Sporting à imagem do clássico, com bloco médio e à espera do adversário. Mas foi pura ilusão propositada. Logo depois, progressivamente, foi surgindo pressão alta, primeiro de Raphinha, depois dos dois médios interiores. Uma estratégia que surtiu efeito.
O FC Porto passou a ter dificuldades em construir, apenas com Herrera a ser exceção (era o único que não tinha pressão em cima), e raríssimas vezes conseguiu sair da teia montada pelos leões: a exceção foi quando Acuña deixou escapar um adversário e André Pereira cabeceou com muito perigo, isto já numa fase adiantada da primeira parte, altura em que Nani já tinha tido duas excelentes oportunidades - ambas resultantes dessa pressão, que provocou erros da defesa azul e branca.
Se a primeira parte foi apelativa em termos estratégicos, mas morna em emoção, o arranque do segundo tempo teve 15 minutos de um grande vazio futebolístico: Jefferson foi para jogo para evitar a expulsão de Acuña, logo depois André Pinto chocou com a cabeça de Marega e não conseguiu aguentar, forçando a entrada de Petrovic, que quase de imediato também ficou a sangrar da face e motivou mais uma paragem.
Quarto de hora quase sem futebol, mas com sinais do que vinha a seguir...
O intervalo terá servido para Conceição acertar a estratégia e, sobretudo, injetar a equipa de nova adrenalina para que a postura fosse mais vincada no regresso dos balneários. Foi isso que se viu na equipa portista, muito mais intensa, agressiva e ligada.
Brahimi, pelo que jogou e pela atitude, foi o grande líder de uma equipa transfigurada e que procurou atacar as (in)adaptações forçadas dos leões atrás, que limitaram as possibilidades de Keizer mexer na frente e de procurar outra frescura.
O embalo portista, mesmo não sendo de muitas oportunidades, deu em golo, numa má abordagem de Renan que Fernando Andrade aproveitou. Um momento crucial, que desequilibrou e que teve como reação... mais FC Porto. Confiante, confortável e empurrado pela sua plateia, a equipa de Conceição apoderou-se do meio-campo contrário para gerir o encontro.
Porém, não foi preciso. Nas grandes penalidades, até foi o Sporting o primeiro a falhar, só que a tarimba desde a marca dos 11 metros é outra. Bis do leão!