Um novo treinador anti-crises. Com Inácio, o Aves regressou às vitórias, batendo, em casa, o Vitória de Setúbal por 2x1.
Num jogo interessante, valeu a maior qualidade e o maior causal ofensivo dos avenses, que beniificiaram ainda de uma expulsão que deixou o adversário um pouco mais desorientado.
Com um novo treinador (escondido) no banco, o Aves entrou com tudo na partida. A equipa avense, durante os primeiros 25 minutos, apresentou das melhores faces da época. Futebol rápido, objetivo, bem pensado e executado, com Fariña, Derley e Mama a liderarem um coletivo a pensar em atacar e pressionar em bloco o início de construção sadina.
Já depois de Fariña ter atirado a bola ao poste, Derley, na sequência de um pontapé de canto, materializou uma vantagem mais do que justa. E se os avenses demonstravam outras ideias no processo ofensivo em relação a um passado recente um pouco mais monótono, o Vitória era desorientação...e pouco mais.
Em vantagem, e depois de um início de jogo arrasador do ponto de vista físico, com muita intensidade e capacidade de pressing sobre o adversário, o Aves recuou no terreno e permitiu um ligeiro ascendente vitoriano. Mas o domínio territorial, por culpa de um Vitória previsível, nunca resultou em grandes oportunidades. Justiça no momento do apito, portanto...
Sem nunca encantar do ponto de vista mais estético, o Vitória voltou a entrar com outra organização no segundo tempo. O Aves, sem nunca deixar o adversário criar perigo, foi sempre espreitando um erro no início da construção sadina, mas o feitiço virou-se contra o feiticeiro...
Num momento em que o conjunto de Inácio procurava iniciar a fase ofensiva desde trás, Rodrigo borrou a pintura e deixou Éber Bessa de frente para a baliza. O brasileiro, inteligente, descobriu o espaço que Cádiz soube explorar, com um grande remate do antigo dianteiro do Moreirense a materializar o empate.
Depois de ter feito o mais complicado, pela ausência de oportunidades, o Vitória deu um autêntico tiro nos pés. Não o coletivo em si, antes Cascardo, lateral dos sadinos que, com amarelo, decidiu abalroar Amilton. O resultado foi comprometedor para os de Lito Vidigal: menos capacidade de ter bola, crescimento avense...e golo, por Baldé, na sequência de um canto.
Até ao final, ainda se sofreu na Vila das Aves, mas o regresso aos triunfos, sete jogos depois, aconteceu mesmo. O trabalho de Inácio já tem o crivo dos três pontos, mas ainda falta todo um campeonato de luta...