Angola entrou no Mundial de 2019 com um triunfo surpreendente sobre o Catar (24x23) e o seu andebol arrojado tem encantado os adeptos. À frente dos destinos deste equipa, desde 2010, está um velho conhecido do andebol português: Filipe Cruz.
O técnico de 49 anos concedeu uma entrevista ao portal Handball-Planet.com, na qual falou sobre o andebol angolano e as dificuldades com que este se depara.
«A Liga Angolana é amadora. Há apenas quatro equipas, todas de Luanda, disputarem o campeonato, que é jogado em 10 dias. Apesar destas condições 'pobres', conseguimos o apuramento para o Mundial. (...) Além dos problemas de treino, competitivos, físicos (altura e peso), temos apenas 7/8 jogadores 'top', uma vez que os substitutos não estão ao seu nível», afirmou.
Ainda assim, no meio de todas estas dificuldades, os palancas negras conseguem surgir na alta roda do andebol mundial. O antigo lateral direito vê potencial nos seus pupilos e aponta um fator que tem de mudar para estes se fixaram na Europa.
«Quatro dos nossos jogadores atuaram em Portugal, mas acabaram por regressar a Angola porque não se adaptaram ou os clubes não ficaram totalmente convencidos com as suas capacidades. A maioria deles tem potencial para jogar na Europa, mas têm de se mostrar aptos para esse salto, algo que acho complicado, talvez por falta de confiança», confessou
We are sorry for the other four excellent plays, but how many times do we get to see a double in-flight goal like Angola's 🇦🇴? Greatly finished by Rome Hebo 👏🏼👏🏼👏🏼 #handball19 pic.twitter.com/Umei3Bm9Im
— IHF (@ihf_info) 14 de janeiro de 2019
Com os olhos postos no futuro, Filipe Cruz considera que a apitão física, condicionada pela genética, continua a ser o grande entrave para os angolanos vingarem no 'velho continente'.
«Existe algum potencial, mas talvez não o suficiente. Temos capacidade técnica e tática, mas não física. Somos muito magros e na Europa todos querem atletas possantes», rematou.