A longa entrevista concedida por Rui Vitória, atual timoneiro do Al Nassr, à TVI contou com vários temas quentes, sendo a sua passagem pelo Benfica um deles. No entanto, o atual técnico não se inibiu de falar de outros assuntos, como, por exemplo, a aposta em Bruno Lage, atual treinador interino das águias que, na sua visão, merece continuar no cargo.
«Nesta altura penso que sim. Mais do que ser Bruno ou não, penso que os erros que foram cometidos comigo não devem voltar a ser cometidos, em termos de proteção enorme ao treinador e à equipa», afirmou, atirando, depois, uma espécie de «farpa» ao clube: «Talvez tenha andado de certa forma desfocado. Houve uma série de circunstâncias em redor do clube que tenha levado a esse desfocar e que senti mais nesta segunda fase».
Quanto à postura mantida ao longo dos anos, Rui Vitória garante que não sentiu necessidade de a mudar.
«Não sou candeeiro de rua. Falo com as pessoas e digo o que tenho a dizer, imponho as minhas ideias internamente. Talvez possam ter levantado essa questão. Sei muito bem o que tenho a fazer e o que quero para a minha vida. Quando vim para o Benfica foi para ser parte fundamental desse projeto. Vim colaborar no projeto. Talvez fosse necessário uma ou outra forma de atuar. Expliquei em privado, mas em publico tive cuidado para que não fosse apanhado com algo que se pudesse virar contra os meus jogadores e a minha equipa», sublinhou.Apesar do rebuliço, a relação com Luís Filipe Vieira, presidente dos encarnados, mantém-se intacta.
«Terminámos com tínhamos de terminar, com um entendimento perfeito. Não diria que agradável para as duas partes porque não era, mas fiquei com ótimas relações com todo o pessoal que trabalhou comigo», revelou.
Por fim, Rui Vitória garantiu que «ir para a Arábia Saudita é uma boa oportunidade» para sua carreira e deixou algumas ideias para o futebol português.
«Os dirigentes têm de decidir o que querem para futuro. Alguma dose de ódio tem de parar. Ou se mete a mão na consciência e um travão ou vai ser um andamento difícil de parar, com penalização para todos. E as questões dos calendários, da formação, da competitividade interna, dos mais pequenos serem mais fortes. Ou se pensa ou pagamos a moeda», desabafou.