«Quando contratamos os centrais, não o fazemos a pensar em alguém para destronar Jardel e Rúben Dias»

O treinador do Benfica abriu o jogo quando confrontado com o facto de vários reforços de verão não estarem a ser aposta imediata das águias. O técnico explicou a política de contratações e destacou o facto de os principais jogadores estarem a nascer dentro de portas, rejeitando qualquer ideia de que as aquisições significaram mau planeamento.

«Não podemos concluir isso e posso esclarecer. Quando fazemos muitas vezes contratações, o que acontece muito neste contexto, têm de ser feitas de forma diferente. Dou-vos um exemplo: na época passada, nasceu o Rúben Dias, que é hoje titular da seleção, e havia também o capitão de equipa, que é o Jardel. Claro que, quando vamos contratar os centrais, não o fazemos a pensar em alguém para destronar estes jogadores. A contratação que se faz não é com essa visão tão óbvia que se contrata a pensar que vão jogar. É que esses jogadores que chegam, que vão crescer connosco, que vão alterar a sua forma de jogar e que, daqui a uns meses ou um ano, poderão dar rendimento se houver algum problema de uma venda ou uma lesão. A este nível, com o que se paga em Portugal, dificilmente contratamos talento que seja uma linha direta para a equipa principal. Não é por acaso que, nos últimos anos, as principais aquisições do Benfica têm vindo de dentro. É sinal que o talento está cá, mas também que o talento vindo de fora é muito difícil de contratar», atirou o técnico, em conferência de imprensa.

«Os jogadores têm o seu espaço de crescimento e conto com todos. É óbvio que não acertamos em tudo e que isto não é perfeito, mas dizermos que isto foi um fracasso, não», acrescentou.

Além disso, o técnico sublinhou que a intenção é que os atletas estejam constantemente preparados para quando são chamados a jogar.

«Todos contam e ao longo de um campeonato nem sempre quem começa, acaba. Na última jornada da Liga dos Campeões, jogámos com sete portugueses e quatro da formação. Ao longo de uma época, os jogadores são chamados a responder e não olhamos para este cenário. Vemos quem está mais pronto para dar resposta», disse.