Que o futebol italiano está em crise, ninguém o esconde. Todos o assumem e mostram-se preocupados. Os intervenientes, os jornalistas, os tiffosi. É transversal o reconhecimento de uma má fase, a precisar de medidas. Que essas medidas estão a ser tomadas... já não há tantas certezas. Mas há um homem no qual recaem as maiores expectativas e sobre o qual existe maior pressão, ainda que não possa passar por ele toda essa renovação de uma das maiores potências do futebol mundial.
Jogador | Idade | Equipa | Int. | Fases finais |
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CONVOCATÓRIA ATUAL | ||||
Alessio Cragno | 24 | Cagliari | 0 | |
Sirigu | 31 | Torino | 18 | 2012, 2014, 2016 |
Donnarumma* | 19 | Milan | 10 | |
De Sciglio | 26 | Juventus | 36 | 2014, 2016 |
Florenzi* | 27 | Roma | 30 | 2016 |
Emerson Palmieri | 24 | Chelsea (ING) | 1 | |
Daniele Rugani | 24 | Juventus | 7 | |
Chiellini* | 34 | Juventus | 99 | 2008, 2010, 2012, 2014, 2016 |
Romagnoli | 23 | Milan | 8 | |
Biraghi* | 26 | Fiorentina | 3 | |
Bonucci* | 31 | Juventus | 83 | 2010, 2012, 2014, 2016 |
Stefano Sensi | 23 | Sassuolo | 0 | |
Sandro Tonali | 18 | Brescia | 0 | |
Marco Verratti* | 26 | PSG (FRA) | 27 | 2014 |
Nicolò Barella* | 21 | Cagliari | 2 | |
Jorginho* | 26 | Chelsea (ING) | 12 | |
Pellegrini | 22 | Roma | 8 | |
Gagliardini | 24 | Inter | 5 | |
Pavoletti | 29 | Cagliari | 0 | |
Kévin Lasagna | 26 | Udinese | 1 | |
Vincenzo Grifo | 25 | Hoffenheim (ALE) | 1 | |
Politano | 25 | Inter | 1 | |
Berardi | 24 | Sassuolo | 3 | |
Insigne* | 27 | Nápoles | 29 | 2014, 2016 |
Federico Chiesa* | 21 | Fiorentina | 9 | |
Ciro Immobile* | 28 | Lázio | 34 | 2014, 2016 |
OUTROS CONVOCADOS LIGA DAS NAÇÕES | ||||
Mattia Perin | 26 | Juventus | 2 | |
Bernardeschi | 24 | Juventus | 16 | 2016 |
Piccini | 26 | Valência (ESP) | 2 | |
Acerbi | 30 | Lázio | 2 | |
Bonaventura | 29 | Milan | 14 | |
Giovinco | 31 | Toronto (CAN) | 23 | 2012 |
Criscito | 31 | Genoa | 26 | 2010 |
Mattia Caldara | 24 | Milan | 2 | |
Zappacosta | 26 | Chelsea (ING) | 13 | |
Bryan Cristante | 23 | Roma | 6 | |
Zaniolo | 19 | Roma | 0 | |
Marco Benassi | 24 | Fiorentina | 0 | |
Pellegri | 17 | Monaco (FRA) | 0 | |
Simone Zaza | 27 | Torino | 18 | 2016 |
Mario Balotelli | 28 | Nice (FRA) | 36 | 2012, 2014 |
Andrea Belotti | 24 | Torino | 20 |
Roberto Mancini. Quando assinou, na ressaca de um falhanço dramático no apuramento para o Mundial, contra uma Suécia que já nem sequer tinha Ibrahimovic (é assim que os italianos rotulam o insucesso do final de 2017), soube desde logo que tinha nas mãos um menino órfão de referências e de sustentabilidade. Como se estivesse a acordar de um coma e precisasse de reaprender a utilizar o corpo para se mover e alimentar. Basicamente, esse é o retrato de uma Squadra Azzurra em início de recuperação.
Não tem sido fácil, longe disso. Como qualquer grande equipa, a pressão é enorme, o tempo é curto e a margem de erro é reduzida. Para os italianos, estar entre os melhores é uma realidade natural, não estar é razão para um desconforto enorme sem que se consiga, à primeira, entender as razões para tal. E esse tem sido o maior problema.
Não têm faltado críticas ao selecionador, pese embora a vitória de ouro na Polónia o tenha atenuado, esquecendo a principal tarefa que o técnico tem em mãos: partir praticamente do zero e alicerçar o futuro. Neste caso, os números são o maior aliado para perceber como esta é uma seleção inexperiente, agora que não há Buffon nem De Rossi, os últimos resistentes da geração que se sagrou campeã do Mundo em 2006.
*prováveis titulares esta noite
Olhar para Itália, com ajuda dos jornalistas italianos, é perceber que há duas realidades distintas nesta altura: há a Juventus e há os outros. E, se por um lado a Vecchia Signora se tem conseguido desenvolver a um ritmo completamente diferente dos restantes, também não deixa de ser verdade que não é maior, em termos europeus, do que era há 10 ou há 20 anos (mesmo com toda a evolução desde o calciocaos). A questão é: os outros são bem menores nessa escala europeia. Os de Roma e os de Milão, mais especificamente, e o campeonato no seu global, por arrasto - veja-se o que foram e o que são agora a Fiorentina e o Parma.
A falta de modernização de infra-estruturas é uma delas. Os estádios e as academias não estão ao nível da proa europeia, o conforto e a adesão dos adeptos estão longe de ser os ideais e os jovens talentos têm pouco espaço para se mostrarem.
Isso leva-nos ao segundo ponto. E até nos falaram do exemplo de Portugal e das equipas B, se bem que as grandes referências em Itália sejam o futebol inglês (o competitivo campeonato de reservas e a existência de duas taças, que permitem o surgimento de jogadores inseridos em academias de topo mundial) e o espanhol, pela crescente barcelonização do Real Madrid, a olhar cada vez mais para os seus jovens jogadores, embora ainda muito à base das opções de recompra quando estes saem para outros clubes - algo que, regularmente, só a Juventus faz em Itália. Ou seja, há em Itália uma necessidade atroz de rever e refazer os quadros competitivos, a pensar na transição dos jovens para a realidade sénior.
O último dos três está, ainda assim, refém dos outros dois. Sobretudo da falta de sustentabilidade para o lançamento de jovens. Veja-se os casos de Inter e Milan, que têm feito aparecer alguns jogadores de grande qualidade, mas sem almofada capaz de os segurar num nível máximo (Manuel Locatelli e Patrick Cutrone são exemplos perfeitos).
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