*Artigo publicado originalmente no dia 06/11, antes de confirmada a contratação de Marcel Keizer pelo Sporting.
Desconhecido para a maior parte do país futebolístico, Marcel Keizer está muito perto de ser anunciado como sucessor de José Peseiro no comando técnico do Sporting.
Nos últimos dias, no sentido de informar o leitor acerca deste quase certo novo comandante leonino, o zerozero tem vindo a organizar as informações que chegam desde o país das tulipas.
Desta vez, fomos ao passado mais conhecido do técnico, no Ajax, e analisámos um dos jogos mais importantes, diante do Nice, de uma época que acabou a meio para um treinador que é da escola holandesa e de risco máximo, em nome de uma filosofia atacante.
Se é verdade que uma partida não é definitiva no que às ideias de um treinador dizem respeito, não deixa de ser também certo que, na partida em Nice, que terminou empatada a uma bola, a filosofia de Keizer esteve bem exposta em campo.
Tendo como base o 4-3-3, o técnico tem uma visão essencialmente ofensiva para o seu futebol. O jogo é para ser construído desde trás, quer pelos centrais (protagonistas na primeira fase ofensiva), quer pelo pivot de meio campo, que tem de ter a capacidade para verticalizar o jogo e para, com passe curto e longo, dar criatividade no início do ataque.
Os extremos, no ataque, devem oferecer largura permanente à equipa, enquanto que os médios interiores têm como preocupação base o aparecimento em zonas entre linhas do adversário e a procura de combinações com os alas e com o avançado.
No centro do ataque, nessa partida, foi possível perceber que o dianteiro de Keizer tem de possuir a capacidade de jogar em apoios com os médios interiores, que aparecem várias vezes em zonas de finalização e que não estão preocupados em recuar para construir. A fase de preparação dos lances ofensivos implica, normalmente, apenas o trio centrais-médio defensivo, com o contributo dos laterais.
Sem bola, foi possível perceber que a ideia do novo técnico passa por colocar a sua defesa numa posição muito avançada no campo. O espaço nas costas, por isso, é grande e, nesta partida, nem sempre foi bem calculado.
Um técnico que, em suma, para lá da questão da formação e da aposta nos jovens, promete futebol atacante para a aventura em Alvalade.