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    A análise ao próximo adversário do Sporting

    Um Arsenal de futebol ofensivo

    Depois de Qarabag e Vorskla, é a vez do Arsenal. O Sporting recebe aquele que, na teoria, é o principal adversário no grupo E da Liga Europa. As duas equipas têm seis pontos cada e em Alvalade há a primeira oportunidade para desempatar as contas.

    Se no momento do sorteio José Peseiro já sabia que não ia ter tarefa fácil, as últimas partidas vieram dar ainda mais certezas ao treinador do Sporting. Num Arsenal a viver um novo ciclo após a saída de Arséne Wenger, a equipa treinada por Unai Emery parece fazer cada vez mais e melhor.

    Mentalidade ofensiva, desconcentração defensiva

    10 jogos consecutivos a vencer, o Arsenal não se tem limitado a somar três pontos. Os londrinos têm voltado a apresentar um futebol atraente e com mentalidade atacante, como comprovam os 30 golos marcados em 10 partidas.

    Fiel ao seu modelo de 4x2x3x1, a mobilidade dos homens da frente e a profundidade dos seus laterais fazem do Arsenal uma equipa que coloca muitos elementos no seu processo ofensivo, cada um com características distintas. O onze tem vindo a sofrer várias mexidas, também motivadas por lesões, mas comecemos esta análise com um olhar sobre os processos coletivos dos Gunners.

    O processo defensivo da equipa de Unai Emery começa imediatamente após a perda. Com a defesa junto à linha do meio-campo, o Arsenal procura sempre defender num bloco de 20 a 30 metros e quando o seu adversário tem posse tenta empurrá-lo para a sua área, fixando sempre esse bloco. Quando sobe o avançado, sobem também os defesas. 

    A estratégia tem resultado, mas perante equipas que sabem encontrar os espaços para o ataque ficam evidentes as dificuldades em controlar a profundidade, especialmente quando o Arsenal tem de defender pelo lado direito, onde Bellerín, apesar das melhorias evidentes, apresenta problemas posicionais.

    Quanto ao processo ofensivo, o Arsenal é, sem margem para dúvidas, uma equipa de ataque. O 4x2x3x1 com que a equipa se organiza passa a 4x2x2x2, isto porque os extremos não o são verdadeiramente. Özil e Mkhitaryan, os mais utilizados, têm tendência para jogar em espaços interiores. Bellerín e Monreal fazem toda a ala enquanto os dois interiores desequilibram, com e sem bola.

    Os 30 golos nos últimos 10 jogos dizem muito do que é o Arsenal no momento ofensivo. Depois de acertar a finalização (Aubameyang teve um bom início de época, mas ainda estava a afinar a mira), os Gunners têm dado um espetáculo agradável de ver. Golos, o mais importante do futebol, nascidos de momentos coletivos fantásticos e dignos de guardar para recordar mais tarde. Há muita criatividade atacante neste Arsenal, que é capaz de criar oportunidades de golo pelos flancos, na profundidade (avançados muito fortes a atacar o espaço), de bola parada ou de fora da área. É verdadeiramente um arsenal de futebol ofensivo aquele que os Gunners têm demonstrado.

    Rotatividade europeia justifica-se

    As duas primeiras jornadas da Liga Europa e as lesões na equipa de Unai Emery fazem com que seja difícil adivinhar o onze escolhido pelo treinador espanhol (o zerozero apostou num onze mais próximo do habitual), por isso é também importante espreitar este Arsenal do ponto de vista individual. Analisemos os quatro setores e comecemos pela baliza.

    Futebol de ataque tem encantado ©Getty / Catherine Ivill

    O titular é Petr Cech, mas quem tem jogado é Bernd Leno. O experiente guarda-redes checo está lesionado e o alemão tem aproveitado a oportunidade para ganhar espaço e mostrar por que é uma melhor solução para o futebol dos Gunners. Ao contrário do checo, não sofre com a pressão ao ter a bola nos pés, algo que é muito procurado por Emery.

    Na defesa, como vem sendo hábito nos Gunners, há muitos lesionados. Koscielny e Sokratis têm estado de fora, assim como Jenkinson, por isso Mustafi e Holding devem continuar a fazer dupla. O defesa inglês tem alguns problemas de concentração, algo que também acontece com Bellerín. O lateral espanhol está, aos poucos, a voltar ao nível de há duas épocas, mas mantém alguns erros de posicionamento defensivo. Do outro lado, Monreal e Kolasinac não foram convocados, por lesão, por isso Lichtsteiner deve manter-se no lado esquerdo, apesar das muitas dificuldades sentidas no jogo com o Leicester.

    Entrada de Torreira, ex-colega de Bruno Fernandes, fez toda a diferença ©Arsenal

    No setor intermédio, Torreira tem sido o elemento chave. O uruguaio trouxe equilíbrio, qualidade de passe e simplicidade de processos ao futebol dos londrinos. Guendouzi é uma agradável surpresa e um nome a ter em conta, pela forma como lê o jogo com e sem bola. Xhaka está a subir de rendimento, mas Ramsey pode dar muito mais à equipa, mesmo que ainda não tenha renovado.

    Quanto ao ataque, há muito a dizer, mas tentamos resumir. Aubameyang tem uma média de 0,75 golos/jogo com a camisola do Arsenal, marca quando é titular ou quando sai do banco, Lacazette está a dar seguimento à última época e já mostrou bom entendimento com o gabonês (uma dupla temível, na verdade), Welbeck é um elemento importante para o ataque à profundidade e que também gosta de procurar espaços interiores. Depois há os vagabundos

    Iwobi e Mkhitaryan fazem a diferença com a sua mobilidade e capacidade de trabalho, mas é com Özil que temos de terminar a nossa análise. O internacional alemão está a fazer um início de época como há muito não se via e dá um perfume diferente ao futebol do Arsenal. Um número 10 à moda antiga, menosprezado pelo futebol moderno que prefere os guerreiros aos artistas. Peseiro não acredita na titularidade do alemão, mas os apaixonados do futebol esperam que o técnico leonino esteja enganado.

    U Quinta, 25 Outubro 2018 - 17:55
    Estádio José Alvalade
    Damir Skomina
    0-1
    Danny Welbeck 77'
    Estádio José Alvalade
    Lotação50 095
    Medidas105 x 68 m
    Inauguração2003
    FaseFase de Grupos
    GrupoGrupo E
    Ponto Forte
    Criatividade e força atacante Não é aquele futebol de Wenger que encantou os amantes do futebol, mas é um futebol cada vez com mais encanto. A equipa demorou a adaptar-se às ideias de Emery e o treinador espanhol teve algumas dificuldades para encaixar peças importantes no ataque dos Gunners. Agora, o futebol de ataque está a trazer cada vez mais e melhores resultados à formação londrina - 10 vitórias consecutivas (melhor registo desde 2007/08) e 30 golos marcados (média de 3 golos por jogo).
    Ponto Fraco
    Desconcentrações defensivas Quando um dos pontos mais fortes é o ataque, não é estranho que o ponto mais fraco esteja relacionado com a defesa. O processo defensivo da formação londrina ainda não está num ponto ideal, algo que é também dificultado por algumas lesões importantes, como as de Petr Cech, Monreal, Kolasinac e Koscielny. Com as atenções muito viradas para o ataque, o Arsenal sente dificuldades na transição defensiva, especialmente na profundidade, com Bellerín a ser, talvez, o elemento mais débil neste aspeto.
    História
    Paixão pelo futebol fez nascer um clube
    Fundado em 1886 por um grupo de colegas de trabalho que apenas queriam jogar futebol, o Arsenal é um clube de altos e baixos no futebol inglês, isto no que diz respeito aos títulos, porque desde 1914 que os Gunners continuam no principal escalão do futebol inglês. Em 1931 conquistou o seu primeiro título de campeão, numa década que ficou marcada com uma das mais positivas do clube. Depois seguiu-se um jejum de mais de 10 anos, que foi interrompido com conquistas esporádicas. A nível europeu, o Arsenal ainda não atingiu o sucesso há muito procurado - 1 Taça das Taças e uma Taça das Cidades com Feiras. A era de Wenger fez com que o Arsenal se destacasse pelo futebol praticado em Inglaterra, distinto daquele que outras formações praticavam. A conquista da Premier League em 03/04 fica na memória por ter sido conseguida sem qualquer derrota. Os Invencíveis, como ficaram conhecidos, foram os últimos campeões no Emirates.

    Veja a história completa do clube
    A Estrela
    Mesut Özil
    O estatuto de estrela é um pouco contestável, isto quando Özil não está cem por cento concentrado no futebol, porque quando está não existem dúvidas. O internacional alemão tem vindo a realizar um excelente início de época e vem a crescer com a equipa. Antes de visitar Alvalade, Özil deu um autêntico recital de futebol no Emirates. Tem sido capitão e a braçadeira parece tê-lo feito acordar para uma nova realidade. Quando está ao seu melhor, há poucos que o consigam igualar. Visão de jogo, qualidade de passe, remate e uma classe digna de um número 10. Falta-lhe um pouco de nervo, mas ninguém é perfeito.
    O Técnico
    Unai Emery
    Aos 46 anos, o treinador basco tem já um longo percurso no futebol. Um percurso que se confunde com títulos. Ao todo, Emery já conquistou 10 troféus na carreira, sendo precisamente a Liga Europa o principal destaque. As três conquistas quando treinava o Sevilha abriram-lhe as portas de Paris. Em França, venceu sete títulos, mas o falhanço europeu condenou-o, como aconteceu com outros treinadores. Foi o escolhido para suceder a Wenger e depois de um início complicado o futebol tem encantado... e os resultados também. Pode dizer-se que os ingleses olham para a Liga Europa com desprezo, mas está visto que Unai Emery não pensa dessa forma.

    Fotografias(31)

    Sporting x Arsenal - Europa League 2018/2019 - Fase de Grupos Grupo E
    Sporting x Arsenal - Europa League 2018/2019 - Fase de Grupos Grupo E
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    Comentários

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    motivo:
    HA
    jogo
    2018-10-25 18h35m por Halibut
    Cabe ao Sporting tentar aproveitar as debilidades defensivas do Arsenal e estar muito atento defensivamente o ataque é o ponto forte do Arsenal.
    SCP-Arsenal
    2018-10-25 16h49m por jfs79
    Não acredito que o Sporting consiga pontuar, aliás nenhuma equipa portuguesa tem estaleca para este tipo de futebol que o Arsenal pratica, no entanto pode ser que seja um dia mau para os britânicos e bom para os tugas, assim espero, boa sorte.
    Acredito que o Arsenal vai estar na final da liga Europa!

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