Em Alverca, o Sporting eliminou (1x2) o Loures e segue em frente na Taça de Portugal. No fundo, foi um cumprir de obrigação e pouco mais. A equipa de Peseiro voltou a apresentar muito pouco futebol e acabaram por ser as diferenças individuais a decidir o desfecho desta eliminatória, perante uma equipa do Campeonato Nacional. Bruno Fernandes e Nani marcaram os golos dos leões, Juninho fez o golo de honra para o Loures, já nos descontos.
Como já é habitual nestes jogos de Taça, o Loures recebeu o Sporting em casa emprestada. Num Complexo Desportivo de Alverca longe de estar cheio, aqueles que ficaram em casa acabaram por não ter grandes motivos para arrependimentos, pelo menos tendo em conta a qualidade do futebol apresentado nos primeiros 45 minutos.
Enquanto o Loures mostrou uma equipa organizada e com uma ideia de jogo bem trabalhada, a equipa de Peseiro voltou a viver da indefinição e de rasgos individuais para resolver aquilo que o coletivo não tem vindo a conseguir fazer desde o início da época. A primeira parte do Sporting resume-se muito em algumas iniciativas individuais de Jovane Cabral e nas tentativas de Nani ou Bruno Fernandes de ter bola.
A formação do Campeonato de Portugal aproveitou a falta de dinâmica sportinguista para fazer da organização o seu ponto forte, sempre sem deixar de procurar surpreender no ataque, lançando, com critério, Elói e Miguel Oliveira na tentativa da profundidade. Perante um bloqueio aborrecido, foi numa jogada como tantas outras que surgiu o golo sportinguista. Bem, não foi como tantas outras, houve a diferença de ser Nani a ter bola. O internacional português entrou bem no espaço e encontrou Bruno Fernandes, que rodou e rematou de primeira, batendo Miguel Soares.
O guardião do Loures falhou o tempo de salto e permitiu ao Sporting ir em vantagem ao intervalo. Merecida? Sim, se olharmos para o domínio territorial e de posse. Não, se olharmos para o que foi (não foi!) o futebol da equipa de José Peseiro.
A primeira parte não tinha deixado saudades e desde cedo se viu que o segundo tempo ia ser bem mais interessante. O golo de Bruno Fernandes obrigava o Loures a uma maior exposição, para lutar pela eliminatória. A formação de André David ainda estava a tentar encontrar os caminhos da baliza de Renan quando Mané e Jovane aproveitaram o espaço nas costas para criar o desequilíbrio e arrancar uma grande penalidade. Bruno Fernandes teve a oportunidade de dar tranquilidade aos leões, mas Miguel Soares, que tinha falhado na primeira parte, foi enorme e agarrou o Loures na partida.
🇵🇹Nani em 9 jogos pelo 🦁Sporting já fez mais golos [4] do que na época passada na 🇮🇹Lazio [25 jogos, 3 golos]
⏪O internacional português fez o 28.º golo pelos leões:
4 em 2018/19
12 em 2014/15
6 em 2006/07
6 em 2005/06 pic.twitter.com/yWxEqySFDm
— playmakerstats (@playmaker_PT) 20 de outubro de 2018
A ocasião flagrante para o Sporting fez crescer a crença da formação do Campeonato de Portugal, que se deixou embalar pela emoção, lançando-se em definitivo para a frente. Só que os leões continuaram atentos ao espaço nas costas e se na primeira ocasião tinha dado penálti, na segunda oportunidade deu em golo. Jovane voltou a estar em foco, Nani voltou a saber definir. Estava feito o 0x2 e a tranquilidade voltava a surgir na visão da formação leonina, isto enquanto a esperança do Loures diminuia com o passar do tempo.
A maior vantagem sportinguista trouxe alguns momentos em que o ritmo voltou ao da primeira parte, mas André David procurou mexer com a equipa e Miguel Oliveira quase marcou. Renan salvou a formação leonina, mas aquela réstia de esperança do Loures estava a querer acender. O público tentou puxar pela equipa e até resultou durante alguns minutos, mas o Sporting voltou a assumir o controlo da partida... até ao minuto 90.
A formação do Loures procurava um prémio antes da despedida da Taça de Portugal e ele apareceu mesmo, com toda a justiça, diga-se. Juninho marcou o golo de honra, já nos descontos, e permitiu a festa à equipa de André David, que sai da Taça, mas pode ter ganho uma nova alma para o que resta da temporada, que ainda é longa.
Quanto ao Sporting, a equipa de Peseiro segue em frente, mas dificilmente o treinador (e alguns sportinguistas) estarão completamente satisfeitos. É verdade que houve alguma rotação, mas este Sporting continua sem evolução no seu jogo e nem perante uma equipa teoricamente inferior conseguiu causar muitas situações de perigo. Vale pela passagem, só isso.