Jorge gosta de atacar, Bazoer vai pela explosão: o raio-x às estreias portistas

O adversário, apesar do respeito demonstrado, era a desculpa ideal e Sérgio Conceição, já a pensar na Champions, não hesitou em proporcionar as estreias de Jorge e Bazoer. Mbemba, o outro que procurava os primeiros minutos, nem ao banco foi. 

Apesar do nervosismo e do contexto do próprio jogo, sempre disputado no meio-campo do Vila Real, a dupla teve tempo de demonstrar algumas das suas qualidades...e uma ou outra insuficiência que, para já, parecem colocar ambos os jogadores longe do onze-tipo portista. 

Pé esquerdo de garantia

Por muito talentosa que seja a alternativa, a importância da opção titular, neste caso, não deixa grande margem à concorrência. Alex Teles é uma das figuras do campeão, mas Jorge mostrou em Vila Real alguma abertura para poder, pelo menos, deixar Conceição descansado num momento possível de indisponibilidade do lateral titular. 

Optando por um jogo mais seguro, o antigo jogador do Mónaco demonstrou disponibilidade para participar no processo ofensivo, tal e qual o seu concorrente. Atrás, foi seguro e não esteve para grandes facilitismos - a agressividade até conduziu a um par de faltas mais ríspidas. 

A sombra do concorrente é forte, mas Jorge não deixou de arriscar no cruzamento. Numa altura em que se pedia mais jogo no chão e mudanças de flanco para enganar o adversário, o canarinho demonstrou apetência para colocar a bola na área e proporcionar mais momentos de finalização aos colegas. E por alguma razão Conceição deu-lhe a confiança de bater as bolas paradas...O pé esquerdo é seguro. 

Ora explosão, ora precipitação

Chegou ao Dragão à procura de relançar a carreira, depois de muito prometer nos primeiros anos de futebol holandês. O seu ADN futebolístico continua intacto, mas Bazoer terá de fazer um pouco mais para justificar ataque efetivo à titularidade.

Em suma, no Monte da Forca, o centrocampista demonstrou polivalência, atuando numa espécie de ala-interior, primeiro, e em zonas mais centrais, depois, capacidade de explosão no último terço - uma aceleração com bola bastou para expulsar um defesa contrário - e algum nervosismo que conduziu a pouca produtividade no último terço e um ou outro erro no passe. 

Na mesma noite em que, nas mesmas zonas, Óliver deu mostras de vida na luta pela titularidade, Bazoer foi ainda pouco brilhante e decisivo para o futebol atacante da sua equipa. Tem características, contudo, que o podem catapultar para uma boa alternativa no modelo de vertigem de Conceição.