Sem grande brilhantismo e com muitas mexidas na equipa, Portugal derrotou a seleção da Escócia por 1x3. O encontro particular ficou marcado pelas estreias de Hélder Costa (com um golo), Pedro Mendes e Cláudio Ramos, assim como pelo regresso de Éder aos golos pela seleção nacional.
Sem as figuras principais, Portugal não sentiu dificuldades para derrotar a seleção escocesa, que apesar de alguns períodos negativos da seleção portuguesa nunca apresentou uma verdadeira oposição.
Na Escócia e com os olhos postos na Polónia, onde um empate apura Portugal para a final four da Liga das Nações, a seleção nacional teve um encontro de preparação antes do regresso aos clubes. Fernando Santos aproveitou mais esta oportunidade para ver outros jogadores em ação, utilizando uma espécie de equipa secundária (do jogo com a Polónia só Rúben Dias continuou no onze).
Se os particulares por norma não são partidas muito ricas a nível de interesse futebolístico, quando há muitas mexidas isso ainda fica mais notório. A falta de ligação e entrosamento justifica muito daquilo que foram as dificuldades sentidas pela formação nacional para criar perigo frente a uma frágil seleção escocesa, que nem perante os erros de transição defensiva que Portugal ia mostrando conseguiu criar perigo.
Depois de um período com pouco Portugal e onde a única ocasião de perigo surgiu para a Escócia através de um cabeceamento de Sérgio Oliveira para a própria baliza, a seleção portuguesa assumiu em definitivo o controlo da partida, sem que isso significasse uma melhoria qualitativa do futebol apresentado por Portugal.
Com dificuldades para ligar o jogo interior (Bruno Fernandes e Sérgio Oliveira sentiram essa falta de entrosamento), os extremos portugueses iam dando nas vistas. Se Bruma tinha criado perigo três vezes, Hélder Costa mostrou, na estreia, como se faz. O extremo do Wolverhampton vestiu pela primeira vez a camisola da seleção principal e mostrou-se logo com um golo, já próximo do intervalo, após combinação entre Bruma e Kévin Rodrigues.
Para alguém que já tenha visto amigáveis, se a primeira parte tinha sido mal jogada, não havia grandes expectativas para o segundo tempo. Os primeiros 20 minutos vinham dar força a essa ideia.
A seleção portuguesa voltou a entrar mal, mas a seleção escocesa também não mostrou argumentos para ameaçar a baliza de Beto, à exceção de um lance de bola parada muito mal defendido por Portugal. As mexidas, por norma, acabam por levar os encontros particulares para o abismo, isto no que toca ao ritmo de jogo e às estratégias dos dois treinadores, mas o sangue novo lançado por Fernando Santos acabou por agitar a partida.
As entradas de Renato Sanches e Gedson Fernandes, principalmente estes dois, trouxeram mais velocidade de processos e uma nova energia ao futebol português. Os dois jovens acabaram por contagiar os colegas e foi dos pés do médio do Bayern Munique que saiu o golo que acordou em definitivo quem estava a assistir à partida. De cabeça, Éder, o eterno Éder, bateu Gordon e Portugal conseguiu alargar a vantagem e saltar em definitivo para o comando da partida, que ainda viria a ganhar mais motivos de interesse.
O golo de Éder catapultou Portugal para uma etapa final muito positiva (o melhor período em todo o encontro) e o melhor ficou mesmo para o fim. No espaço de cinco minutos, quatro destaques a apontar: o belo trabalho de Bruma no 0x3, a estreia de Cláudio Ramos pela seleção nacional, a braçadeira de capitão no braço de Éder e ainda o golo de Naismith, já nos descontos. Minutos finais que acabam por dar outra alegria ao encontro, não só no resultado mas também na importância deste particular perante uma seleção escocesa que já viveu melhores dias... há muitos anos atrás.
1-3 | ||
Steven Naismith 90' | Hélder Costa 43' Éder 74' Bruma 84' |