Ao fim de pouco mais de quatro épocas, Leonardo Jardim deixou de ser a face mais visível do projeto monegasco. O técnico português não resistiu aos maus resultados, que poucas vezes acompanharam uma aventura de superação e de constante choque com a lógica.
Perante um rival com outro tipo de condições, o timoneiro madeirense ofereceu competitividade a um campeonato condenado ao monólogo parisiense. O título de 2017 foi o ponto máximo da competência, mas os outros anos, sem a mesma pujança, contaram com a impressão digital de um dos novos desempregados mais desejados do desporto-rei.
Já tinha deixado boa impressão em Aveiro e, principalmente, em Braga, onde lutou pelo título quase até ao final de 2011/2012, mas foi em Alvalade que encontrou o primeiro grande desafio. Passou-o com distinção, num segundo lugar que parecia pouco provável à partida. Saiu no final da época.
O projeto monegasco acabou por agarrar o treinador português, cada vez mais conceituado a nível europeu depois do fenómeno-Mourinho. As estrelas, com os portugueses Moutinho, Falcao e Ricardo Carvalho à cabeça, precisavam de uma outra organização.
Época | Lugar | Pontos |
---|---|---|
2014/2015 | 3º | 71 |
2015/2016 | 3º | 65 |
2016/2017 | 1º | 95 |
2017/2018 | 2º | 80 |
Já com Bernardo Silva a dar os primeiros passos, o técnico começou a construir uma carreira de bons resultados no campeonato gaulês, com boas indicações europeias pelo meio. Ao longo de quatro anos, o técnico conseguiu sempre terminar no pódio, mas o ponto mais alto surgiu em 2016/2017.
Quando o PSG parecia uma força intransponível, o Mónaco construiu uma equipa ganhadora, assente no talento de alguns dos melhores jogadores da época 16/17 a nível europeu e na organização de uma defesa e de um meio-campo bem montado, mesmo sem a presença de jogadores de classe mundial.
Se nos resultados Leonardo Jardim deixou uma marca importante no Principado, também na valorização de atletas o técnico português saiu a ganhar. Poucos encheram uns cofres de um clube em tão pouco tempo como Jardim, que foi responsável pela explosão de vários talentos agora a brilhar noutro nível.
Leonardo Jardim Monaco Total |
Senão, vejamos. Em quatro anos, Fabinho, Bernardo Silva, Mendy, Kurzawa, Kondogbia, Ferreira Carrasco, Bakayoko, Martial, Lemar e Mbappé passaram pelas mãos do português, que conseguiu transformar prata em ouro...literalmente. Não chegou para tudo.