Renato Sanches voltou à Luz, marcou e foi aplaudido: os números do regresso

4 minutos frente à Croácia, 16 contra a Itália e nada mais. Renato Sanches ainda não tinha feito qualquer minuto pelo Bayern Munique, mas Niko Kovac decidiu chamar o médio ao onze num jogo especial, que marcava o reencontro com o antigo clube na casa onde foi formado.

A escolha de Niko Kovac foi surpreendente, mas justificada pela baixa de Thiago. O treinador croata certamente terá tido em conta a especificidade da partida e associou o Estádio da Luz a um maior conforto do médio português, que nos últimos anos tinha passado por momentos complicados. Assim, o zerozero esteve atento a todos os movimentos do jovem de 21 anos e conta-lhe ao pormenor como foi a exibição de Renato para além do golo marcado à ex-equipa.

Um começo escondido à procura de confiança

As equipas já estavam a aquecer nos relvados e no site da UEFA já eram conhecidos os onzes de Benfica e Bayern Munique. Renato Sanches era a principal novidade - o próprio clube alemão anunciou os onzes com uma foto do médio português. Os adeptos presentes no relvado àquela hora ainda estavam a tirar as típicas selfies com os amigos quando as equipas entraram para o aquecimento.

Para os mais atentos a presença de Renato Sanches já não era uma surpresa, mas foi quando o speaker do estádio divulgou o onze da formação bávara que Renato saltou à vista. Quis a numeração que o médio português fosse o último a ser anunciado, mas esse suspense elevou ainda mais a primeira ovação da noite para o ex-Benfica. De forma calorosa, os adeptos benfiquistas aplaudiram o antigo pupilo, numa demonstração de que o jogador partiu mas o carinho ficou. Apesar de rival, o público encarnado dava um boost motivacional a um jovem a precisar de confiança.

Apesar dos aplausos, o médio começou a partida escondido (ele que até tinha dado o pontapé de saída). Mais encostado ao lado direito, ia vendo Alaba e Ribery puxarem para si o foco das atenções. Estratégico, pareceu-nos. Foi acumulando passes simples com o início da partida até ter espaço para uma arrancada. Bola perdida.

Antes dos 10 minutos, as melhores características do médio português apareceram. Kimmich colocou a bola em zona central, Renato dominou, começou a avançar no terreno, temporizou e soltou para Ribéry. Golo de Lewandowski (que frieza!). Depois de um início tímido, Renato tinha participação importante no primeiro golo alemão, numa demonstração do que de melhor pode trazer ao futebol da equipa de Kovac.

Quatro erros, cinco perdas e... palmas

Depois de ter contribuido para o golo, Renato pareceu um jogador mais solto, mas continuou com alguns erros de posicionamento que não abriam linhas de passe e que o retiravam da partida. Foi falando com os seus colegas - Robben e Ribéry, principalmente -, e foi mostrando vontade em ter bola, mas as ações sem ela deixavam outra ideia.

Com o regresso aos balneários, Renato apareceu mais no jogo. É verdade que o Benfica lhe foi dando mais espaço uma vez que procurava o golo, mas deixou de se esconder junto à linha e passou também a participar mais em missões defensivas. Na segunda parte somou a primeira recuperação de bola, já no interior da sua área.

Ultrapassou Pizzi no lance do golo ©Carlos Alberto Costa

Numa transição, o melhor de Renato voltou a vir ao de cima. Kimmich voltou a começar a jogada, Robben deu nota artística e o médio português recebeu em zona interior e arrancou. Ultrapassou Grimaldo, Pizzi e soltou em Lewandowski para depois aparecer no centro da área onde recebeu o passe de James e traiu a antiga equipa, merecendo depois um arrepiante aplauso do público benfiquista enquanto ia pedindo desculpas. 

Os números (ver tabela ao lado) mostram a importância que Renato foi assumindo ao longo da partida da passada quarta-feira. Falhou poucos passes, arriscou algumas vezes o drible e somou recuperações importantes, numa exibição com base na confiança que foi ganhando com o jogo e que o pode catapultar para o nível que há muito deseja.

Tal como tinhamos apontado antes deste jogo, a Luz pode muito bem ter servido como um ponto de retorno para Renato Sanches, que tem no Estádio do Benfica, e nos seus adeptos, um apoio para toda a carreira, como pode ver no vídeo abaixo.