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    História de um dos principais emblemas da Alemanha

    HSV Hamburgo: O clube das sete vidas

    2018/09/19 19:17
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    *com Nuno Martins

    Foi a primeira e única equipa alemã a descer de divisão após vencer a Liga dos Campeões (2012/13), acabando por cair dois andares, até ao terceiro escalão, em pouco mais de dois anos. Eis a história do HSV Hamburgo.

    Desde a sua criação, o Hamburgo foi visto pelos seus investidores, principalmente, como uma fonte de enriquecimento. O clube foi fundado em 1999, sob a designação Handball Sport Verein Lubeck (HSV Lubeck). Em 2002, aliou-se ao VfL Bad Schwartau, formando a sociedade SG VfL Bad Schwartau-Lubeck, para competir na Bundesliga. No entanto, nesse mesmo ano, o vínculo entre os dois emblemas terminou e o HSV Lubeck mudou-se para Hamburgo, única casa que conheceu desde então.

    Primeiros sinais de instabilidade

    O clube foi gerido e financiado pela empresa Omni Sport GmbH & Co. KG, o seu maior acionista (90%), até 2004. Nesse ano, o Ministério Público alemão condenou o proprietário Winfried Klimek a cinco anos de prisão, por fraude e infidelidade, depois de a Omni Sport ter somado um passivo de dois milhões de euros. As ações da empresa passaram para o HSV e o clube correu o risco de ser penalizado por causa das dívidas.

    No final de outubro de 2004, Wilfried de Buhr foi nomeado administrador do clube (detendo 40% das ações) e da Omni Sports, enquanto o advogado de Klimek, endossado pelo próprio, ficou com os restantes 50%. Mais tarde, de Buhr passou a deter 70% das ações da empresa, deixando os restantes 30% para o presidente Heinz Jacobsen. Dois meses depois, tanto de Buhr como Jacobsen renunciaram aos respetivos cargos.

    Anos dourados com Andreas Rudolph

    Sem dinheiro para renovar a sua licença na Bundesliga, a direção do clube viu-se forçada a transferir o poder para o magnata Andreas Rudolph, ex-jogador de andebol e membro da direção da empresa BVMed, especializada no fabrico de utensílios médicos. Assim que assumiu funções, Rudolph investiu 3,5 milhões de euros no HSV Hamburgo, adquiriu a licença para o clube continuar na principal liga do andebol alemão e garantiu a operacionalidade de todos os seus departamentos. No total, deteve 74,9% das ações do clube.

    ©Getty /
    A grande reforma do clube deu-se entre 2005 e 2007, sobretudo, devido à contração de Yoon Kyungshin, o melhor jogador da história da Coreia do Sul. A aquisição evidenciou a visão de Rudolph e a sua vontade em transformar um clube em crise num clube campeão. No espaço de somente uma época, o Hamburgo saltou do 10.º lugar na classificação final (2005/06) para o segundo (2006/07). Kyungshin foi o melhor marcador da prova com 236 golos, e catapultou o modesto emblema para o topo do andebol alemão.

    Na época seguinte, o Torea [Tor (golo) + Korea (Coreia)], como ficou conhecido, deixou o Hamburgo e regressou ao seu país natal. No entanto, os anos passaram e o clube manteve-se sempre colado ao topo da tabela classificativa, sem nunca conseguir destronar o THW Kiel. Em agosto de 2009, o HSV concluiu a maior transferência da história da modalidade, ao contratar o jovem mais promissor do mundo, Domagoj Duvnjak, então com 21 anos. O clube estava aparentemente saudável, pelo que Rudolph não teve problemas em gastar 2,25 milhões de euros no talento croata.

    A transferência revelou-se frutífera e, em 2010/11, treinado pelo mítico Martin Schwalb, o Hamburgo foi campeão pela primeira vez na sua história, pondo fim ao domínio do THW Kiel, que durava desde 2004/05. Marcin Lijewski foi uma das grandes figuras do Hamburgo (marcou 149 golos), roubando o protagonismo ao seu irmão, Krzysztof Lijewski. O pivô Igor Vori também deixou a sua marca na temporada etérea do Hamburgo, ao marcar 126 golos em 34 jogos. O melhor marcador da equipa foi o extremo direito Hans Lindberg, que converteu em golo 213 remates, 46,9% dos quais em livres de 7 metros. O Hamburgo também chegou à final four da Liga dos Campeões, um bom presságio para o futuro.

    Nas épocas seguintes, devido ao forte investimento dos rivais Flensburgo-Handewitt, THW Kiel, Rhein-Neckar Lowen e Fuchse Berlin, o Hamburgo perdeu autoridade no círculo andebolístico alemão. Em 2011/12, terminou no quarto lugar, devolvendo o trono ao Kiel; em 2012/13 acabou no quinto posto; em 2013/14 ficou em quarto; em 2014/15 caiu abruptamente para a nona posição.

    ©Getty /
    O último grande momento do HSV Hamburgo ocorreu na temporada 2012/13, quando conquistou a Champions League pela primeira e única vez na sua história. Apurou-se graças a um play-off contra o Wisła Płock e, no início, não foi visto como um candidato ao título. No fim da fase grupos, a história mudou: terminou em primeiro lugar, à frente do Flensburgo. Até à final four, onde derrotou o THW Kiel, eliminou o Celje (oitavos de final) e Flensburgo-Handewitt (quartos de final).  No derradeiro encontro, o underdog sagrou-se campeão, com um triunfo pela margem mínima (29x30) sobre o Barcelona.

    Saída de Rudolph e... a falência

    Quando o Hamburgo parecia estar a afirmar-se no panorama andebolístico europeu, os problemas regressaram. Andreas Rudolph demitiu-se da presidência em maio de 2014, depois de «ter investido mais de 50 milhões de euros» em dez anos. Rudolph resumiu a decisão dizendo que «a cidade de Hamburgo não tem interesse no desporto, o clube não tem adeptos nem patrocinadores e o Presidente da Câmara só mostra o seu apoio nas conquistas». A juntar a isto, dois meses depois, Martin Schwalb sofreu um ataque cardíaco e teve de abandonar o comando da equipa

    Sem o seu principal investidor, o clube iniciou um processo de insolvência e regressaram os problemas com a licença de participação na Bundesliga. O Tribunal Arbitral da Bundesliga garantiu a continuidade do clube na primeira divisão, mas os sinais continuaram negativos em 2015/16 (sem recuperação orçamental e sem redução do capital próprio negativo).

    ©Getty /
    O início de época foi desastroso e o técnico Michale Biegler acabou por suceder a Christian Gaudin. Em dezembro de 2015, veio o descalabro: o clube não conseguiu comprometer-se a pagar o salário dos jogadores, que já tinham dois meses de atraso; o pagamento da renda da Barclaycard Arena também ficou comprometido; Adrian Pfahl, Ilija Brozovic, Jens Vortmann e a superestrela Hans Lindberg abandonaram a equipa no primeiro dia de janeiro de 2016 e Michael Biegler também anunciou que sairia do clube no final da temporada.

    O histórico emblema alemão acabou por declarar falência, com uma dívida de aproximadamente quatro milhões de euros. A Bundesliga cancelou imediatamente a participação do Hamburgo na temporada 2015/16 e revelou que a equipa seria despromovida a um escalão inferior, o que originou a saída da maioria dos jogadores.

    O novo Handball Sportverein Hamburgo

    Em abril de 2016, Marc Evermann foi eleito presidente do clube e Martin Schwalb, treinador campeão da Bundesliga em 2011 e campeão europeu em 2013, assumiu a vice-presidência. Nota também para a queda da parceria do clube com o Hamburger Sport-Verein (futebol), devido ao processo de insolvência, que levaram à alteração do símbolo e do nome.

    ©Thomas Gerber/Handball Sport Verein Hamburg
    Assim, nasceu o Handball Sportverein Hamburgo, com uma paleta de cores diferente e uma identidade renovada. O clube começou do zero, na terceira divisão alemã, e apostou em vários elementos dos escalões de formação para o seu plantel sénior. Jens Hausler, antigo adjunto de Gaudin e Biegler, assumiu o comando técnico, coadjuvado pela ‘lenda’ Torsten Jansen.

    A primeira época no terceiro escalão acabou com Jansen no comando e com um terceiro lugar, insuficiente para o acesso à segunda divisão. O grande destaque foi para o reforço Lukas Ossenkopp, universal de 23 anos, que marcou 145 golos em 26 jogos.

    Em 2017/18, já num ambiente estável e uma administração saudável, a equipa conseguiu a tão aguardada promoção. O bom clima também contagiou as bancadas e, durante a quadra natalícia, 9964 adeptos assistiram à receção ao Fredenbeck, batendo o recorde mundial de assistência num jogo de andebol entre equipas amadoras. A três jornadas do fim da época, o Hamburg chegou o título de campeão e a subida ao segundo escalão, novamente com Ossenkopp em evidência (175 golos em 25 jogos)

    Em julho de 2018, o Hamburg celebrou a criação da HSM Handball Sport Management und Marketing GmbH, tornando-se uma sociedade por quotas e ficando dependente apenas dos seus acionistas, ao contrário do que aconteceu no passado. Além disso foram assegurados três patrocinadores importantes, que asseguraram um orçamento de dois milhões de euros.

    Depois de duas épocas de estabilização na 2. Handball-Bundesliga, o 'novo' HSV Hamburg atingiu novamente a glória: a 22 de março de 2021, graças a um triunfo sobre o Hamm-Westfalen (32x28), a turma de Torsten Jansen confirmou o regresso à I Divisão, cinco anos depois da bancarrota.



    Dinamarca
    Hans Lindberg
    NomeHans Óttar Lindberg Tómasson
    Nascimento/Idade1981-08-01(42 anos)
    Nacionalidade
    Dinamarca
    Dinamarca
    PosiçãoPonta (Ponta Direita)

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