Os números não enganam: cinco vitórias em igual número de jogos oficiais realizados esta temporada pelo Bayern metem os adversários em sentido. A força do hexacampeão germânico está à vista de todos e nem as lesões parecem travar os bávaros.
O primeiro adversário do Benfica na fase de grupos da Liga dos Campeões é de longe o clube mais titulado da Alemanha e tem um invejável currículo além-fronteiras, em que constam cinco Champions no palmarés.
A nova temporada trouxe poucas mudanças no plantel - Arturo Vidal e Juan Bernat saíram, enquanto Goretzka entrou -, mas significativas alterações no comando técnico.
Jupp Heynckes regressou à reforma para dar lugar a Niko Kovac, um treinador que fez história no Eintracht ao vencer a Taça da Alemanha no clube de Frankfurt.
E o que mudou na equipa da Baviera? Pouco. Kovac deu o seu toque pessoal ao jogo do Bayern, claro está, mas não mexeu muito numa máquina que estava perfeitamente oleada.
O 4x3x3, com extensão para o 4x2x3x1, este último quando Kovac opta por juntar Martínez a Thiago na retaguarda do miolo, é o sistema preferencial do novo treinador, que pauta a sua filosofia por uma forte reação à perda, traduzida em pressão alta, e um futebol combinativo a velocidade estonteante.
Não é fácil jogar em posse contra o Bayern. A ilusão de inferioridade numérica é real. E quando são criados problemas, os bávaros estão preparados para reagir às adversidades - veja-se o exemplo do último jogo: a perder aos 5 minutos diante o Bayer (3x1), o conjunto de Munique deu a volta ainda antes do minuto 20.
Além das qualidades acima referidas e por todos reconhecidas, o Bayern tem ainda mais um ponto (muito) forte: o jogo aéreo. Muller é um dos especialistas e um dos jogadores com mais golos de cabeça nos principais campeonatos. E há também Hummels, Sule e Martinez...
A facilidade com que coloca três/quatro jogadores na zona de finalização é outro ponto a destacar, assim como o pequeno défice que existe na transição defensiva, talvez o único ponto menos positivo da equipa de Kovac e que pode (deve) ser explorado pelas águias.
Quantidade e qualidade de soluções.
Se há coisa de que Niko Kovac não se pode queixar é da quantidadade e qualidade de soluções que tem ao seu dispor no Bayern Munique. Nos cinco jogos oficiais realizados, apenas três totalistas (Thiago Alcantara, Manuel Neuer e Joshua Kimmich) e 19 jogadores utilizados. Uma rotação saudável e que em nada retira qualidade ao jogo dos bávaros. Os resultados mostram isso mesmo: 100% de vitórias até ao momento.
Transição defensiva.
Torna-se difícil encontrar alguma debilidade na equipa do Bayern Munique. Muitos dos jogadores jogam juntos há vários anos e todos os que chegam integram depressa o modelo. Poderosíssimo no ataque, o setor defensivo, onde também existe muita qualidade, apresenta uma pequena fragilidade: transição defensiva. Como a equipa joga em pressão alta, abre espaço na transição defensiva, que pode ser aproveitado pelo adversário.