«Meister der Herzen» é o nome pelo qual ainda hoje são conhecidos e lembrados os adeptos do Schalke 04, nomeadamente pelos rivais de Dortmund. Significa algo como «Campeões do Coração» e tem origem no final da Bundesliga de 2000/2001, naquela que é uma das histórias mais dramáticas e épicas do futebol mundial. O Schalke festejou o título nacional por quatro minutos, mas no palmarés ainda hoje lhe falta a conquista de uma Bundesliga.
Vamos ao contexto: estava a ser uma luta intensa com o Bayern ao longo da temporada e, a duas jornadas do fim, ambos estavam com os mesmos pontos, só que o Schalke 04 perdera em Estugarda e os bávaros foram para a última jornada com mais três pontos. Só precisavam de empatar em Hamburgo, ao passo que o Schalke 04 tinha de bater o aflito SpVgg Unterhaching.
E mais: o Bayern até podia ser bicampeão, ter mais cultura vencedora, mas ainda não tinha sido esquecida a dramática final de Camp Nou, menos de dois anos antes, contra o Manchester United (2x1).
Ora, tudo somado... Por que não acreditar? Mais de 60 mil acorreram ao Parkstadion uma última vez.
Numa equipa com nomes como Andreas Möller, Emile Mpenza, Ebbe Sand ou o então jovem Gerald Asamoah, a janela de esperança era legítima de espreitar, até porque havia qualidade que justificava um momento de glória.
No regresso dos balneários, outra vez apatia do Schalke e os forasteiros a aproveitarem para fazer o 2x3, que os colocava na rota da manutenção. E de Hamburgo... nada. Tudo em branco. Faltavam 20 minutos e o cenário era pior do que no começo do jogo.
Mas o Schalke tinha de fazer o seu trabalho. Supersónico, Jörg Böhme bisou em apenas um minuto e eis que o resultado passava a 4x3 a 15 minutos do fim. Não restava outra hipótese que não a de esperar uma ajuda. Chegaria? Ou nem por isso?
Minuto 89... podia ser a chave. Ebbe Sand fazia o 5x3 e, por Gelsenkirchen, estava decidido o vencedor do jogo. Com segundos de diferença, o bósnio Sergej Barbarez fazia o 1x0 para o Hamburgo! Festa total no Parkstadion. O Schalke ia ser campeão!
O jogo terminou pouco depois e houve invasão de campo, festejos, abraços, lágrimas, pulos de alegria e uma diversidade imensa de sensações. Ia acontecer, finalmente. E no estádio que saía de cena... Era perfeito!
Eis que, por entre a euforia, alguns se lembraram de começar a avisar: atenção que o jogo em Hamburgo ainda não acabou...
Oliver Kahn também foi à área contrária e aquele espaço era, naqueles segundos, o ponto de mira de milhões de olhares. Toque na bola, corrida e remate de Patrik Andersson... e golo!
O resto está neste vídeo:
5-3 | ||
Nico Van Kerckhoven 44' Gerald Asamoah 45' Jörg Böhme 73' 74' Ebbe Sand 89' | André Breitenreiter 3' Miroslaw Spizak 27' Jan Seifert 70' |