Ganhou quem quis

Portugal entrou na Liga das Nações da melhor maneira ao derrotar a Itália, no Estádio da Luz, por 1x0. Um golo de André Silva foi suficiente para a equipa portuguesa assumir a liderança do grupo depois de uma partida dominada claramente pela equipa de Fernando Santos, que demonstrou muito mais vontade e compromisso de vitória do que uma seleção italiana claramente ainda com muito trabalho pela frente.

Depois de perceber as ideias foi mais fácil

Depois do particular com a Croácia, Portugal voltou aos jogos a sério, pelo menos na teoria. Isto porque a Liga das Nações é olhada ainda com alguma desconfiança (ausência de Cristiano Ronaldo é um exemplo da pouca importância dada à prova) e algumas seleções aproveitam para ganhar rotinas e soluções já de olho no apuramento para o Euro 2020. 

Portugal dominou o jogo a partir do meio campo ©Carlos Alberto Costa

Consciente de que o jogo direto não era o caminho, Portugal reorganizou-se, deixou a Itália assumir mais a posse, mas ao mesmo tempo foi crescendo no jogo, ficando a sensação de controlo por parte da seleção de Fernando Santos, que esteve perto de festejar por duas vezes - Romagnoli tirou em cima da linha e pouco depois Donnarumma viu a bola embater na barra.

Mesmo com a seleção portuguesa a ceder mais espaço, Itália mostrou ser ainda uma equipa com poucas ideias e ainda à procura da melhor forma de jogar. O facto de Mancini ter mexido praticamente em toda a equipa não ajudou, mas a seleção transalpina sentiu sempre muitas dificuldades para desequilibrar um coletivo português organizado e a conseguir sair cada vez melhor para o ataque. 

Com mais lucidez e um melhor sentido coletivo, Portugal acabou por chegar ao golo, aproveitando uma das muitas falhas na transição para o ataque da seleção transalpina. André Silva colocou a seleção nacional em vantagem e obrigou Itália a procurar a baliza de Rui Patrício, uma missão quase impossível tendo em conta o que se tinha visto até então.

Melhor definição tinha dado um maior conforto ©Carlos Alberto Costa

Muito Bernardo, pouca Itália e os três pontos

Em vantagem, Portugal passou a gerir ainda mais a partida e a procurar baixar o ritmo, obrigando Itália a subir no terreno, algo que tinha acontecido pouco antes do golo. Mesmo a perder, a Squadra Azzurra foi incapaz de causar calafrios à defensiva portuguesa.

O tempo foi passando e perante a incapacidade italiana, Portugal procurou ter mais bola e jogar longe da sua área. Bernardo Silva foi uma espécie de farol nesses momentos. O jogador do Manchester City ajudou a equipa portuguesa a subir no terreno e mostrou que Portugal pode fazer mais quando tem a bola no pé. Uma ideia que deve ficar para o futuro, mesmo diante de equipas com maior apetência ofensiva, algo que não se viu na seleção italiana, que saiu de Portugal com uma derrota depois do empate diante da Polónia.

Com seriedade q.b, Portugal garantiu os três pontos e a liderança do grupo antes da viagem à Polónia, onde já deverá estar Cristiano Ronaldo e onde devem estar também grande parte das ideias deste encontro, mas a um ritmo superior, espera-se.