A equipa de Rui Jorge deixou de depender de si, depois de ter perdido de forma surpreendente contra a Roménia. Um jogo onde Portugal se fiou cedo que a vitória era uma questão de tempo, tendo cometido erros que custaram caro. Os romenos acabaram com dois expulsos e muito sofrimento, até porque a seleção nacional dispôs de um penálti nos descontos para poder empatar, só que não foi capaz de o fazer.
... Meter a bola dentro da baliza. Ou, mais sucintamente, finalização. Foi essencialmente isso que falhou para que, ao intervalo, o jogo ainda estivesse em branco. Uma seleção portuguesa claramente com mais qualidade que o adversário, embora também a apanhar alguns sustos pelo meio.
Na primeira versão 2018/2019, embora a meio do apuramento, Rui Jorge quis João Félix e Heriberto de início, o que fazia sentido, abdicando de Diogo Gonçalves, que não tem jogado com frequência no Nottingham Forest, o que também fazia sentido. Só que Diogo Gonçalves, para além de um conhecido entendimento com Diogo Jota, é o melhor marcador luso nesta fase de qualificação, pelo que, coincidência ou não, a grande dificuldade lusa foi a finalizar.
Bem mais lenta nos processos, a seleção romena conseguiu também criar algum perigo, apostando em bolas diretas para as costas da defesa portuguesa e obrigando Joel Pereira a mostrar-se em bom nível.
O ascendente foi, contudo, português, pese embora se tenham notado algumas lacunas também na circulação e nas combinações. Pepê nem sempre foi ágil o suficiente, Fernando Fonseca pagou a fatura de ter poucos minutos de competição e Stephen Eustáquio também esteve um pouco abaixo do esperado. Tudo aspetos que ajudam a explicar o nulo ao intervalo, embora o principal tenha sido o tal da falta de pontaria ou de convicção, até porque houve também um bom guarda-redes do outro lado.
Rui Jorge percebeu parte do problema e tentou resolver com dinâmica na frente. Tirou Eustáquio e meteu João Filipe para atuar como interior direito no meio-campo. Só que, com menos floreados e mais objetividade, foi a Roménia a marcar, logo a abrir a segunda parte.
Houve, depois, espaço para que a ansiedade e a desconfiança impedissem uma verdadeira reação. Passes falhados, cruzamentos mal medidos, desentendimentos nas triangulações e um exagero de bolas para a área onde Diogo Jota, que não é ponta de lança, facilmente era presa do maior poderio dos romenos.
Para agravar, o anti-jogo da equipa visitante tirou o pouco discernimento ainda existente, tirando também ritmo ao jogo. Com João Carvalho desaparecido, João Félix foi quem baixou para pegar no jogo, só que, se na primeira parte a falha era a finalização, na segunda foi a incapacidade para criar oportunidades, o que nem a expulsão de um romeno, a 20 minutos do fim, contrariou.
AInda deu para marcar, numa bola parada, e para ver mais uma expulsão na Roménia, que acabou com nove e muito sofrimento, num jogo que teve um penálti nos descontos a poder corrigir o mal que Portugal tinha feito. Só que Radu defendeu e segurou os três pontos.
1-2 | ||
João Carvalho 84' | Alexandru Cicăldău 52' Andrei Ivan 58' |