1.491 quilómetros (vezes dois) para apoiar sozinho a equipa: o adepto que mereceu nomeação da FIFA

Entre os candidatos ao prémio FIFA para os melhores adeptos do ano surgiu, esta segunda-feira, um nome que poucos por cá conhecerão: Sebastián Carrera, um chileno que é adepto fervoroso de uma modesta equipa do seu país, o Deportes Puerto Montt. E o que fez Carrera para ser candidato e, ao que tudo indica, poder estar na gala FIFA de 24 de setembro em Londres? Transformou a paixão pelo seu clube num périplo notável e... solitário.

Apresentado pela FIFA como «o viajante solitário», Sebastián Carrera chamou a atenção em outubro de 2017, quando surgiram nas redes sociais imagens de um único adepto presente na bancada num encontro do segundo escalão do futebol chileno entre Coquimbo Unido e Puerto Mott. E chamou a atenção por não ser adepto dos anfitriões mas dos visitantes, que estão sediados a 1,491 quilómetros de distância do estádio em que as imagens foram capturadas.

Sebastián Carrera, veio a saber-se, fez a viagem de ida e volta com o único propósito de apoiar a sua equipa no encontro. Ao chegar ao estádio, surpreendeu até os responsáveis do estádio, que se viram obrigados a abrir uma das bancadas para o solitário adepto. A partir daí, Carrera fez o que faz vezes sem conta, normalmente bem mais perto de casa: apoiar a sua equipa de forma incessante e festejando os golos com euforia. Para sua alegria, pôde festejar dois golos e, no fim, o triunfo da sua equipa por duas bolas a uma.

A história surgiu em meios de comunicação locais e internacionais e chamou a atenção, entre outros, de Arturo Vidal, astro do futebol chileno que destacou o feito do adepto nas redes sociais. E Sebastián Carrera teve ainda direito a uma valente recompensa: uma companhia aérea premiou-o oferecendo-lhe viagens grátis para assistir a todos os jogos fora da sua equipa no campeonato de 2018. E já não tem de o fazer sozinho, já que a regalia inclui a possibilidade de levar um(a) acompanhante.

Os adeptos da seleção do Peru, pela paixão demonstrada no Mundial, e os adeptos senegaleses e japoneses, pelas demonstrações de civismo, são também candidatos ao prémio da FIFA, mas têm aqui um concorrente de peso que mostra que a paixão por uma equipa não tem limites de distância.